Dinossauros poderiam viver até hoje se asteroide não tivesse caído

Durante um bom tempo, a comunidade científica acreditava que os dinossauros já estavam perto da extinção antes da queda do asteroide que culminou na eliminação dos animais há 66 milhões de anos. No entanto, cientistas ingleses descobriram que essa tese pode estar errada e ter sido causada pela falta de fósseis preservados. O estudo foi publicado nessa terça-feira (8/4) na revista científica Current Biology.

“Esse assunto tem sido debatido há mais de 30 anos — os dinossauros estavam condenados e já estavam a caminho da extinção antes do asteroide atingir a Terra?”, questiona o principal autor do estudo e paleontólogo Chris Dean, da University College London, na Inglaterra, em comunicado.

Os pesquisadores analisaram quase 18 milhões de anos de evidências, com foco em oito mil fósseis localizados na América do Norte datados da Era Campaniana (83,6 milhões a 72,1 milhões de anos atrás) e da Era Maastrichtiana (72,1 milhões a 66 milhões de anos atrás), concentrando-se em quatro famílias: Ankylosauridae, Ceratopsidae, Hadrosauridae e Tyrannosauridae.

A análise mostrou que existiam diversos tipos de espécies dos animais pré-históricos há cerca de 76 milhões de anos. Porém, essa diversidade começou a diminuir gradualmente até o momento da extinção, sendo que, nos últimos seis milhões de anos antes do asteroide, a queda foi mais acentuada.

Ilustração de dinossauro verde - Metrópoles
Estudo revela que os dinossauros estavam espalhados pelo planeta antes da queda do asteroide

No entanto, os cientistas não encontraram nenhuma evidência aparente para explicar a diminuição da diversidade. Muito pelo contrário, os dinossauros estavam espalhados pelo planeta e, de acordo com um modelo desenvolvido pelos pesquisadores, eles tinham baixo risco de extinção – exceto se algum evento catastrófico, com a queda de um asteroide, ocorresse.

Os cientistas sugerem que a queda na diversidade dos dinossauros não é real e, na verdade, teve a ver com a pequena quantidade de fósseis preservados. A fossilização é um processo raro que depende de condições ambientais específicas. Se essas condições não estão presentes, eles não se formam ou não são encontrados.

Um grande exemplo disso é que os ceratopsianos eram os dinossauros mais comuns entre os fósseis encontrados. Eles viviam em áreas planas, que facilitam a preservação dos seus restos mortais. Já os hadrossauros dificilmente eram achados, pois habitavam perto de rios. Com a diminuição do fluxo de água, não haviam tantos sedimentos para preservá-lo.

“Os dinossauros provavelmente não estavam inevitavelmente condenados à extinção no final do Mesozóico. Se não fosse por aquele asteroide, eles ainda poderiam compartilhar este planeta com mamíferos, lagartos e seus descendentes sobreviventes: os pássaros”,  explica o coautor do estudo Alfio Alessandro Chiarenza, paleontólogo da University College London, na Inglaterra.

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