É #FAKE que Alexandre de Moraes riu durante julgamento de mulher que pichou estátua no 8 de Janeiro


Vídeo usado em publicações enganosas mostra, na verdade, julgamento do STF de outra pessoa envolvida nos ataques às sedes dos Três Poderes. No trecho real, ministro dá risada por ter se confundido ao falar ’30 anos’, em vez de ‘R$ 30 milhões’. É #FAKE que Alexandre de Moraes riu durante julgamento de mulher que pichou estátua no 8 de Janeiro
Reprodução
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) dando risada supostamente durante o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a estátua da Justiça nos ataques do 8 de Janeiro, em Brasília. É #FAKE.
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🛑 Como é o conteúdo falso?
Ele mostra um vídeo em que Moraes, sentado em uma cadeira do Plenário do STF, declara: “A condenação a pagamento da indenização mínima em 30 anos. Em 30 anos… Em R$ 30 milhões, para pagar antes de 30 anos, de preferência”.
A gravação foi editada para mostrar repetidamente um momento em que o ministro ri durante essa fala. A legenda diz: “Alexandre de Moraes ri de pena de 14 anos de prisão e multa de R$ 30 milhões que a Débora”.
Outras versões do mesmo conteúdo afirmam que o magistrado fez piada e riu da condenação de um inocente. Na tela, há uma foto de Débora dos Santos.
⚠️ Por que os posts são mentirosos?
O vídeo usado no conteúdo falso não mostra o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a frase “Perdeu, mané” na estátua durante os ataques aos Três Poderes. Na verdade, a gravação original é de 14 de setembro de 2023 e registrou o julgamento de Thiago de Assis Mathar. Ele foi considerado culpado pelos cinco crimes dos quais era acusado e recebeu uma pena de 14 anos de prisão, em 14 de setembro de 2023.
O trecho usado no conteúdo enganoso exibe o final do voto do magistrado no julgamento real, quando ele diz: “fixo a condenação a pagamento da indenização mínima, de forma solidária, em 30 anos”. Mas, nesse momento, ele percebe o erro, dá um sorriso e se corrige: “Em R$ 30 milhões – para pagar antes de 30 anos, de preferência”.
O vídeo original usado no conteúdo falso foi encontrado pelo Fato ou Fake no canal do Youtube do STF.
Já o julgamento de Débora – que foi presa em 17 de março de 2023 – teve início somente em 21 de março de 2025. Na data, Moraes votou virtualmente pela condenação da cabeleireira. No entanto, a sessão foi adiada por causa de um pedido de vista (mais prazo) feito do ministro Luiz Fux – e não havia sido definida uma data para retomada até a última atualização desta reportagem. Portanto, é mentira dizer que Débora foi condenada.
📌 Em que contexto circulam os posts enganosos?
O vídeo falso mais antigo encontrado pelo Fato ou Fake é de 31 de março de 2025. Ele tem mais de 1 milhão de visualizações no YouTube. Esse conteúdo foi publicado seis dias depois de o STF ter concedido prisão domiciliar a Débora dos Santos. Na ocasião, Moraes substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de uso de redes sociais.
A defesa de Débora havia solicitado ao STF que ela fosse colocada em liberdade. Consultada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou contra a soltura, mas sugeriu a prisão domiciliar até que o STF termine de analisar a denúncia.
Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, com estátua da Justiça em destaque.
Divulgação/STF
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