Escalada da guerra comercial assusta Europa, e bolsas fecham em queda

O recrudescimento da guerra comercial envolvendo os Estados Unidos, a China e outras potências econômicas mundiais assustou os investidores europeus nesta quarta-feira (9/4), voltando a derrubar as maiores bolsas de valores do continente.

Os principais índices das bolsas da Europa terminaram o pregão em queda, refletindo um cenário de incertezas em relação aos desdobramentos do “tarifaço” imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a mais de 180 países e as consequências da guerra comercial para a economia global.


O que aconteceu

  • O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, fechou em queda de 3,51%, aos 469,84 pontos.
  • Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 teve perdas de 2,92%, aos 7,6 mil pontos.
  • Em Frankfurt, o índice DAX recuou 3%, aos 19,6 mil pontos.
  • O CAC 40, da Bolsa de Paris, encerrou o pregão em baixa de 3,34%, aos 6,8 mil pontos.

União Europeia impõe tarifas em retaliação

Em um novo capítulo da guerra comercial entre algumas das maiores potências econômicas do mundo, a União Europeia (UE) aprovou o primeiro pacote de medidas retaliatórias aos Estados Unidos, com tarifas de 25% sobre diversos produtos norte-americanos.

A ação dos europeus é uma resposta à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio dos países da UE. Além disso, o bloco foi alvo de taxas adicionais de 20% sobre praticamente todos os demais produtos.

O pacote de medidas aprovado pelos europeus deve ter um impacto de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 129,5 bilhões, pela cotação atual) e atinge produtos como soja, suco de laranja, carne, motos e itens de beleza.

O uísque dos EUA foi retirado da lista de última hora, com o objetivo de proteger os fabricantes de bebidas do bloco europeu de eventuais novas taxas norte-americanas.

De acordo com a UE, as taxas retaliatórias começarão a ser cobradas a partir do dia 15 de abril.

“Essas medidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, informou a Comissão Europeia, em nota.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que continua apostando na negociação entre o bloco e representantes do governo Trump.

“A Europa está sempre pronta para um bom acordo. Mas também estamos preparados para responder por meio de medidas de retaliação para defender nossos interesses”, afirmou Von der Leyen.

“Tarifaço” sobre a China

A Casa Branca confirmou, nessa terça-feira (8/4), que aplicará uma tarifa extra de 50% a todos os produtos importados da China. Esse valor será somado aos 54% impostos pregressamente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, chegando a 104%. A cobrança começou a valer a partir desta quarta-feira.

Essa é mais uma escalada da guerra tributária estabelecida com o país asiático. A China anunciou que imporia uma taxa de 34% como retaliação ao tarifaço anunciado na quarta-feira (2/4).

A China foi taxada, inicialmente, em 34% sobre todos os produtos importados pelos EUA. Como resposta à taxação, o país asiático anunciou que irá impor uma tarifa retaliatória de 34% aos EUA.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, que o presidente dos EUA, Donald Trump, “não vai se curvar à China” e aplicará uma tarifa de 104% ao país oriental.

“Trump está disposto a negociar com os países, mas essas negociações podem durar meses. Até lá, as tarifas começarão a valer nesta quarta-feira”, disse a porta-voz.

China reage novamente

Depois de ter seus produtos taxados em 104% pelos EUA, o governo da China anunciou nesta quarta-feira uma nova retaliação aos produtos norte-americanos.

O Ministério das Finanças da China anunciou que vai aplicar tarifas de 84% sobre produtos importados dos EUA. A medida entra em vigor já na quinta-feira (10/4).

União Europeia

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma nova rodada de tarifas comerciais sobre mais de 180 países. As taxas variaram entre 10% e 50%.

A UE foi alvo de tarifas de 20% sobre seus produtos. Países europeus que não participam do bloco, como o Reino Unido, tiveram tarifas menores, de 10%.

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