Motta faz aceno e espera gesto do STF para conter pressão por anistia

A decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de incluir quatro projetos de interesse do STF e do STJ na pauta do plenário da Câmara em meio à pressão de bolsonaristas pela anistia não foi por acaso.

Segundo aliados, Motta quis fazer um aceno ao Judiciário e, ao mesmo tempo, mandar um recado para bolsonaristas que não só o pressionam a pautar a anistia como o atacam pessoalmente por causa do projeto.

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 Hugo Motta virou alvo da oposição

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em evento na Associação Comercial de São Paulo
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Presidentes da Câmara está sendo pressionado para pautar o PL da Anistia

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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Hugo Motta virou alvo da oposição

Divulgação/ACSP/Cesar Bruneli

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em evento na Associação Comercial de São Paulo

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No ato na Avenida Paulista, no domingo (6/4), o pastor Silas Malafaia chegou a subir o tom contra o presidente da Câmara, chamando-o de “opositor” à anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Na terça-feira (8/4), após Motta pautar os projetos de interesse do Judiciário, Malafaia divulgou um vídeo acusando o deputado de usar as propostas para tentar “se proteger” de possíveis investigações contra o deputado e familiares.

De acordo com aliados, o presidente da Câmara articulou pessoalmente a inclusão dos projetos para demonstrar a bolsonaristas que não cederá a pressão e a ataques motivados pelo projeto da anista.

Motta espera gesto do STF

Ao mesmo tempo, Motta também disse a aliados esperar gestos do próprio STF para aliviar a pressão do bolsonarismo pela anistia aos condenados pelas invasões golpistas do 8 de Janeiro.

Em conversas reservadas com líderes do Centrão, o presidente da Câmara disse ter recebido sinalizações de ministros do Supremo de que a Corte deverá rever algumas penas aplicadas nos julgamentos.

Esse movimento já teria começado com a cabeleireira Débora dos Santos, que ganhou notoriedade após ser condenada por, entre outras coisas, escrever “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao STF.

Apesar da recomendação de condenação a 14 anos de prisão, a pena poderá ser revista pela Corte após pedido de vista do ministro Luiz Fux, devido a dúvidas sobre a dosimetria da pena.

Antes mesmo de o julgamento ser retomado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe no Supremo, já fez um gesto, ao mandar a cabeleireira para prisão domiciliar.

Os projetos de Motta

Dos quatro projetos, três foram enviados à Câmara pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Eles tratam da criação de vagas efetivas e cargos comissionados nas Cortes.

Os requerimentos de urgência das propostas foram apresentados na zsexta-feira (4/4) pelo líder do Republicanos, Gilberto Abramo (MG), do mesmo partido de Motta, e pautados imediatamente pelo presidente da Câmara.

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