Tarcísio sobre tarifaço de Trump: “Oportunidade para o Brasil”

São Paulo — Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse, em evento dessa terça-feira (8/4), que o tarifaço imposto pelo governo dos Estado Unidos “cria uma janela de oportunidade para o Brasil”.

A fala foi feita durante o Bradesco BBI, que contou com a presença de Fernando Haddad (PT). Na ocasião, Tarcísio comentou a nova tributação defendendo que ela poderá favorecer a agroindústria brasileira e ajudar o país a alcançar novos mercados.

“Talvez até pela gente não ser tão relevante em comércio exterior para os Estados Unidos, a gente não foi tão prejudicado em termos de tarifas. Agora eu acho que criou uma grande janela de oportunidade para o Brasil (…) Se a gente souber aproveitar essa janela de oportunidade, a gente pode abrir novos mercados, mercados que estavam fechados para o Brasil. Eu vejo esse tarifaço até como uma oportunidade ou um catalisador do acordo Mercosul-União Europeia.”

A fala do governador faz referência à decisão de Donald Trump de taxar em 10% os produtos brasileiro. A tarifa foi anunciada na semana passada e é mais baixa que a imposta sobre outros países como Reino Unido, Cingapura, Chile, Austrália e Turquia.

Durante o evento, o governador também defendeu a reforma orçamentária e criticou políticas assistencialistas do governo federal.

“As pessoas querem prosperar, querem crescer. A agenda assistencialista pura e simples vai perder força a cada dia, porque as pessoas querem crescer. Eu quero caminhar com minha própria perna, quero empreender, quero vencer, quero chegar lá, quero me capacitar, desenvolver meu próprio negócio (…). A agenda assistencial tem que ser uma agenda da emancipação, porque senão ela vira uma agenda de fracasso.”

Tarifaço

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos também foram comentadas pelo ministro Fernando Haddad, que afirmou, durante evento do Bradesco, que no contexto mundial, a situação do Brasil é favorável. “No incêndio, estamos mais perto da porta de saída”, disse Haddad.

O Ministro observou que as medidas impostas por Trump não se resumem a uma questão econômica. Elas têm a ver com uma disputa pela hegemonia global. “O problema é que nós não estamos falando de economia”, afirmou o ministro. “É de hegemonia. É outro o dicionário. Nós estamos discutindo, hoje, qual é o país que vai liderar a próxima etapa (do desenvolvimento global).”

“Aí, os Estados Unidos não têm olhos para a América do Sul, nem para a Europa ou nem sequer para a Rússia”, disse. “Tem olhos para a China. O problema dos Estados Unidos é a China”, frisou.

Haddad disse que os EUA podem ter vencido os aliados no que chamou de “corrida da globalização”. “Mas viram crescer uma potência militar e econômica que, pela primeira vez, é um desafio concreto. A Rússia era uma potência militar, o Japão, uma econômica, mas com a China é a primeira vez que os EUA se deparam.”

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