“Tarifaço”: apesar de contra-ataque da China, bolsas dos EUA avançam

Os principais índices das bolsas de valores dos Estados Unidos operavam em alta nesta quarta-feira (9/4), mesmo após a retaliação da China ao novo pacote de tarifas comerciais impostas pelos norte-americanos, o que escalou a guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo.


O que aconteceu

  • Por volta das 11h10 (pelo horário de Brasília), o índice Dow Jones registrava leve alta de 0,16%, aos 37,7 mil pontos.
  • O S&P 500, por sua vez, operava com ganhos de 0,41%, aos 5 mil pontos.
  • O Nasdaq Composite, que reúne ações de empresas do setor de tecnologia, avançava 1,44%, aos 15,4 mil pontos.

Em um dia marcado por forte volatilidade nos mercados, os índices das bolsas dos EUA refletiam a alta nos rendimentos dos “treasures” – títulos de dívida emitidos pelo governo norte-americano, que podem ser comprados por investidores de todo o mundo.

China dá nova resposta a Trump

Depois de ter seus produtos taxados em 104% pelos EUA, o governo da China anunciou nesta quarta-feira uma nova retaliação aos produtos norte-americanos.

O Ministério das Finanças da China anunciou que vai aplicar tarifas de 84% sobre produtos importados dos EUA. A medida entra em vigor já na quinta-feira (10/4).

O governo chinês afirmou que vai continuar a tomar medidas “firmes e contundentes” para proteger seus “direitos e interesses legítimos”, após a entrada em vigor das novas taxas de importação impostas pelos EUA.

“Tarifaço” sobre a China

Antes do anúncio da China, a Casa Branca confirmou, nessa terça-feira (8/4), que aplicará uma tarifa extra de 50% a todos os produtos importados da China. Esse valor será somado aos 54% impostos pregressamente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, chegando a 104%. A cobrança começou a valer a partir desta quarta-feira.

Essa é mais uma escalada da guerra tributária estabelecida com o país asiático. A China anunciou que imporia uma taxa de 34% como retaliação ao tarifaço anunciado na quarta-feira (2/4).

A China foi taxada, inicialmente, em 34% sobre todos os produtos importados pelos EUA. Como resposta à taxação, o país asiático anunciou que irá impor uma tarifa retaliatória de 34% aos EUA.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, que o presidente dos EUA, Donald Trump, “não vai se curvar à China” e aplicará uma tarifa de 104% ao país oriental.

“Trump está disposto a negociar com os países, mas essas negociações podem durar meses. Até lá, as tarifas começarão a valer nesta quarta-feira”, disse a porta-voz.

Europa

Após terem um dia de alívio na última terça-feira (8/4) com maior otimismo sobre as negociações em torno das tarifas comerciais impostas pelos EUA sobre diversos países, os principais índices das bolsas de valores da Europa voltaram a operar no vermelho nesta quarta.

Por volta das 8h10 (pelo horário de Brasília), o índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, tombava 4,2%, aos 466,44 pontos.

As bolsas de Frankfurt (Alemanha), Londres (Reino Unido), Paris (França) e Madri (Espanha) operavam no vermelho na abertura das negociações.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma nova rodada de tarifas comerciais sobre mais de 180 países. As taxas variaram entre 10% e 50%.

A União Europeia (UE) foi alvo de tarifas de 20% sobre seus produtos. Países europeus que não participam do bloco, como o Reino Unido, tiveram tarifas menores, de 10%.

Ásia

Nesta quarta-feira, os principais índices das bolsas de valores da Ásia fecharam sem direção definida.

Enquanto os indicadores dos mercados de Tóquio, no Japão, e Seul, na Coreia do Sul, terminaram o dia operando no vermelho, as ações subiram na China, com os investidores esperando por uma resposta do governo de Pequim às tarifas comerciais impostas pelos norte-americanos.

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