Glauber Braga inicia greve de fome e dorme no plenário após parecer por cassação

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) responderá a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) passou a madrugada desta quinta-feira (10) no plenário do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, onde foi aprovado, na véspera, o parecer que recomenda a cassação de seu mandato. Em protesto, o parlamentar iniciou uma greve de fome e declarou que permanecerá no Congresso até que o plenário da Casa decida sobre seu futuro político.

“Estou há 30 horas e 30 minutos fazendo somente a ingestão de líquidos”, escreveu Braga às 6h30 no X (antigo Twitter). “Essa tática radical é fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo orçamento secreto. Vou às últimas consequências.”

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Segundo O Globo, o deputado dormiu no chão do plenário, encostado à parede.

Glauber Braga é alvo de um processo por agressão ao youtuber Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), em abril de 2024. Segundo o deputado, ele foi provocado e se sentiu intimidado. Já Costenaro afirma ter sido agredido com chutes e expulso da Câmara enquanto almoçava nas dependências da Casa.

O partido Novo apresentou o pedido de cassação, acolhido pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e encaminhado ao Conselho de Ética. O relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), recomendou a perda de mandato, e o parecer foi aprovado por 13 votos a 5.

Braga afirma que é vítima de perseguição política por parte de Arthur Lira. O deputado e seu partido foram os responsáveis por acionar o STF em 2024 contra a execução das chamadas emendas de relator, que travaram parte da destinação do orçamento secreto. Na ocasião, Braga acusou Lira de “sequestrar o Orçamento”.

“A cassação é fruto de uma barganha política”, declarou o deputado em outras ocasiões.

Próximos passos

A decisão do Conselho de Ética não implica a cassação imediata. O deputado pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisará se houve violação de normas legais e regimentais.

Caso o parecer avance ao plenário da Câmara, a cassação só será confirmada com o voto favorável de pelo menos 257 deputados.

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