Judô é ferramenta para formar atletas e cidadãos no Vale do Sinos

Já imaginou praticar esportes no turno inverso da escola e sem pagar nada por isso? Estudantes de Campo Bom têm a oportunidade por meio do Programa Esportivo Social (PES), desenvolvido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel).

Podem participar alunos das redes municipal, estadual e particular, desde que sejam moradores da cidade. A faixa etária do projeto é dos 6 aos 14 anos e as atividades ocorrem no Ginásio de Esportes Karl Heinz Kopittke e na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Lúcia Mossmann.

Gabriel e Kevin - Projeto de judô em Campo Bom  | abc+



Gabriel e Kevin – Projeto de judô em Campo Bom

Foto: Juliano Piasentin/ GES-Especial

Os interessados podem escolher entre três modalidades: judô, patinação e handebol. Para se inscrever basta acessar o formulário disponível no site www.campobom.rs.gov.br. Conforme o diretor da Smel, Beto Sato Santos, a patinação tem limite de 40 participantes. “Conforme vão se adaptando, vamos chamando mais.” No judô o limite é de 25 alunos.

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O coordenador define o programa como fundamental, já que dá a opção para quem não estuda em escolas com turno integral. “Assim, os jovens que estudam pela manhã conseguem fazer uma atividade esportiva no período da tarde.”

Outra alternativa é o Programa Acolher, da Secretaria da Educação e Cultura (Smec). São desenvolvidas atividades esportivas e culturais para alunos do ensino fundamental e as inscrições realizadas no portal da Smec (portal.smec.campobom.rs.gov.br).

Diversão e competição

Os jovens Gabriel Jost França, 12 anos e Kevin Lohan, 9, participam há mais de um ano do PES, optando pelo judô. “Jogava futsal aqui [no ginásio] e falaram para minha mãe. Ela me comentou e decidi participar”, conta Gabriel, que começou no esporte em 2024.

Estudante do 7º ano na Emef CEI, Gabriel já participou de campeonatos, inclusive garantindo o lugar mais alto no pódio. “Não sei se vou querer investir em uma carreira. Gosto bastante, mas por enquanto é mais pela diversão.”

O amigo Kevin, que estuda no 4º ano da Emef Rui Barbosa, está há cerca de dois anos participando do programa esportivo e começou de forma espontânea. “Foi um pouco sem querer, não pensei muito.” Questionado sobre seguir uma carreira e o possível sonho em disputar uma edição dos Jogos Olímpicos, tratou de desconversa. “Também não sei, quero me confederar para participar de campeonatos fora da cidade, por enquanto é isso.”

Formação de cidadãos 

O responsável pelas aulas é o professor Eduardo Ferreira, 54 anos. Com ligação na Federação Gaúcha de Judô, parceira da prefeitura, o sensei é admirado pelos alunos. “O professor é muito bom”, afirmam Gabriel e Kevin.

Perguntados sobre quem é a referência para a dupla no judô, nada de Daniel Cargnin, Tiago Camilo ou Mayra Aguiar. Eles responderam rápido. “O sensei”, ou seja, o mestre é também o ídolo dos garotos.

“Fico muito feliz, o judô é um esporte que eles vão levar para a vida toda. O que o aluno é aqui, precisa ser lá fora”, comenta Ferreira. As aulas em Campo Bom começaram após a pandemia da Covid-19 e tiveram uma pausa durante as enchentes de maio de 2024, quando o ginásio municipal serviu de abrigo para pessoas afetadas.

O sensei explica que o esporte, especialmente o judô, que é uma arte marcial, se transforma em ferramente para tirar as crianças dos perigos diários de uma cidade urbana. “Eles não ficam sozinhos na rua. Além de formar atletas, queremos formar cidadãos.”

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O pensamento é corroborado por Andressa Pedroso Jost França, mãe de Gabriel. “O sensei é super dedicado. Ele não ensina apenas o judô, mas também ajuda na formação dos alunos. Conversa sobre questões familiares, da escola e que para ser um bom judoca, precisa ser um bom aluno. Isso é fundamental.”

Andressa busca acompanhar os treinos sempre que pode. “Quando não estou no trabalho costumo vir. O Gabriel fica bem empolgado, gosta bastante”, completa.

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