Titi Müller expõe caso de burnout e especialista explica: “Exaustão”

Titi Müller, ex-apresentadora do programa Anota Aí, do Multishow, reacendeu a discussão sobre a estafa mental por conta do trabalho em uma entrevista recente. Ela fez um desabafo sobre o diagnóstico e ainda assumiu ter desejado quebrar o pé para, assim, poder descansar.

“Fiquei 10 anos trabalhando no Multishow viajando o mundo inteiro e hoje eu tenho bode de viajar. (…) Eu amava, só que cara, foram 10 anos muito cansativos, tive burnout”, relatou, durante sua participação no canal Engatilhadas, da Dia TV.

Mais detalhes

Ainda durante bate-papo, ela contou: “Vou falar um negócio aqui que eu nunca falei em outro lugar, teve uma temporada que eu estava tão esgotada, mas tão esgotada, que eu pensei que eu queria quebrar um pé pra eu poder sair fora e ter uma justificativa”, assumiu, antes de completar:

“Tive uma crise de ansiedade muito louca no meio de uma entrevista que cheguei a fazer um pouquinho de xixi na calça de tão travada que eu tava. Aí, minha diretora que me colocou numa van, peguei o avião, voltei pra casa, fiquei um mês de atestado lá, psiquiátrico mesmo de: ‘não, ela está muito mal”, recordou.

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Especialista explica a síndrome

O relato sincero de Titi Müller reacende um alerta importante: o burnout é real, atinge cada vez mais profissionais, mesmo em carreiras idealizadas, e exige atenção urgente das empresas.

Segundo o especialista em educação empresarial e gestão emocional, Leonardo Loureiro, o burnout já é tratado como doença ocupacional na nova Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2022 e, a partir deste ano, o código entrou em vigor para pacientes brasileiros que enfrentam o quadro caracterizado por esgotamento físico e mental, alterações de humor, insônia, sentimentos de fracasso, dores musculares e de cabeça, alterações nos batimentos cardíacos e outros sintomas relacionados com o trabalho.

Loureiro apontou, ainda, que o bem-estar mental dos colaboradores é um fator determinante para o sucesso de uma empresa, mas muitos gestores ainda negligenciam a necessidade de gerenciar os riscos que impactam a saúde emocional de suas equipes.

Atenção nas empresas

O especialista afirmou que é fundamental adotar um mapeamento eficaz dos fatores de risco e implementar políticas preventivas nos negócios. Esse processo deve ser contínuo e envolver tanto a liderança quanto os próprios colaboradores.

“A gestão da saúde mental no trabalho não pode ser vista como um diferencial, mas sim como uma necessidade estratégica. Empresas que ignoram esse aspecto tendem a lidar com maior rotatividade, desmotivação e perda de talentos”, explicou.

Sinais de alerta

Leonardo Loureiro relatou também que o primeiro passo para uma gestão eficaz dos riscos à saúde mental é identificar os sinais de alerta dentro da organização. O excesso de demandas, a falta de reconhecimento do trabalho, ambientes de extrema competição e a ausência de apoio psicológico são fatores que podem comprometer o equilíbrio emocional dos colaboradores.

“O gestor precisa estar atento a mudanças no comportamento da equipe, como queda no desempenho, aumento do absenteísmo e sinais de exaustão. São indicativos que algo não está bem e precisa ser tratado antes que se agrave”, declarou.

Prevenção

Além do diagnóstico, as empresas devem investir em medidas preventivas para reduzir os impactos negativos no bem-estar dos funcionários. Criar um ambiente de trabalho mais humano, incentivar a cultura do diálogo e oferecer suporte psicológico são ações essenciais para minimizar os riscos.

“É preciso desenvolver políticas claras que estimulem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de oferecer treinamentos que preparem os líderes para lidar com essas questões. O gestor bem treinado consegue agir proativamente, evitando que pequenas dificuldades se transformem em crises”, pontuou o especialista.

Mais dicas

Ainda de acordo com Leonardo Loureiro, outro aspecto essencial na gestão da saúde mental é a personalização das estratégias de cuidado, levando em conta o perfil e as necessidades de cada equipe. Para isso, ferramentas de mapeamento comportamental e pesquisas internas podem ajudar a entender melhor os desafios específicos enfrentados pelos colaboradores.

“Cada empresa tem uma realidade diferente, e o que funciona para uma pode não ser eficaz para outra. O mapeamento dos riscos precisa ser feito com base em dados e no envolvimento ativo dos funcionários”, destacou.

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