“Inflação resiliente adia corte de juros pelo Fed”, aponta analista

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O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos registrou uma queda em março, resultado que, à primeira vista, foi recebido de forma positiva pelo mercado. No entanto, ao analisar os detalhes do relatório, a leitura permanece preocupante para a política monetária norte-americana. Em entrevista ao BM&C News, o especialista em análise macro Fábio Fares destacou que a inflação continua resiliente, principalmente nos componentes mais sensíveis como o setor de habitação.

A inflação se mostra extremamente resiliente, principalmente num componente muito sensível que é dentro de casa. Isso não dá margem para o Fed iniciar um ciclo de corte“, afirmou Fares, referindo-se à resistência dos preços no segmento habitacional.

Possível corte só com forte desaceleração da atividade

Segundo o especialista, se o Federal Reserve decidir por cortes na taxa básica de juros nos próximos meses, a motivação será mais pela necessidade de sustentar a atividade econômica do que por um alívio na inflação. “Se esse ciclo de corte se inicia em algum momento, vai ser muito mais por causa de uma atividade que desacelerou demais e o Fed quer preservar as condições de emprego, do que por causa de uma inflação que está caindo”, pontuou.

Ele ainda destacou que a queda do CPI de março foi influenciada por fatores sazonais e pontuais, como a redução nos preços das passagens aéreas e dos carros usados. No caso dos veículos, Fares lembrou que o impacto anterior dos incêndios na Califórnia havia elevado a demanda e pressionado os preços, criando uma distorção momentânea nos dados.

Mercado mantém cautela sobre corte de juros

Mesmo com o alívio pontual da inflação, o mercado financeiro mantém uma visão cautelosa quanto à trajetória da política monetária. “A curva curta fica mais estável e cai um pouco por causa da atividade e do medo do que vai acontecer com as tarifas. Mas a curva longa continua subindo, o que mostra que o mercado não confia em corte de juros tão cedo”, explicou Fares.

Para o especialista, o Federal Reserve permanece em uma encruzilhada: de um lado, a preocupação com o crescimento econômico; do outro, a necessidade de manter a inflação sob controle. A conclusão, por ora, é que o cenário ainda não oferece espaço para cortes na taxa básica de juros em 2025.

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