Mandíbula achada na Ásia é de primos distantes de humanos, diz estudo

Uma mandíbula misteriosa encontrada na costa de Taiwan, batizada de Penghu 1, intrigou cientistas por duas décadas sobre sua real origem. Após análises minuciosas, pesquisadores japoneses e dinamarqueses descobriram que o osso raro pertenceu um “primo” dos neandertais e humanos que vagava pela Ásia durante o Pleistoceno. O estudo foi publicado na revista Science, nessa quinta-feira (10/4).

O pedaço da mandíbula foi encontrado por um pescador no fundo do Canal de Penghu, a cerca de 25 quilômetros da costa oeste de Taiwan. Após ser vendida para um antiquário, um colecionador viu a peça e a comprou em 2008. Posteriormente, ele a doou ao Museu Nacional de Ciências Naturais de Taiwan.

Buscando determinar a qual espécie pertencia o maxilar, os cientistas usaram a técnica de paleoproteômica, que consiste na análise de proteínas antigas. Essa abordagem revelou que o indivíduo era um denisovano.

“A mesma técnica pode e está sendo usada para estudar outros fósseis de hominídeos para determinar se eles também são denisovanos, neandertais ou outras populações de hominídeos”, disse o coautor do estudo e antropólogo molecular, Frido Welker, da Universidade de Copenhague, em entrevista à Live Science.

Imagem de uma mandíbula encontrada em Taiwan - Metrópoles
A mandíbula foi encontrada em 2008, no fundo do mar

Quando a mandíbula foi documentada, os paleoantropólogos questionaram se o osso móvel com dentes grandes pertencia a um homo erectus, um homo sapiens arcaico, ou a um denisovano.

Devido a peça ter ficado por muito tempo encharcada no fundo do mar, ela não podia ser datada com segurança usando métodos tradicionais. As tentativas de extração de DNA também falharam.

Alguns ossos de animais foram encontrados junto com a mandíbula, sugerindo que ela tenha de 10 a 70 mil anos ou de 130 mil a 190 mil anos. “Se o espécime se enquadrar na faixa etária mais jovem, pode ser o denisovano mais jovem encontrado até hoje”, destaca um dos autores do artigo, Frido Welker, da Universidade de Copenhague.

Ainda assim, a identificação do Penghu 1 mostra como os denisovanos estavam distribuídos por toda a Ásia. A descoberta também pode ajudar a montar o quebra-cabeça da história humana.

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