Petrobras terá que aumentar dívida para manter dividendos com petróleo em baixa?

Ainda que alternando algumas sessões de recuperação (como desta sexta-feira), o petróleo brent e WTI está na casa dos US$ 60 o barril e chegou a bater nesta semana a cotação mínima em cerca de 4 anos (abaixo de US$ 60) em meio às incertezas sobre crescimento levando em conta a guerra comercial após o tarifaço de Donald Trump no dia 2 de abril.

Neste cenário, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) sofreram, com os ativos preferenciais (PETR4) caindo cerca de 14%desde o anúncio de Trump do último dia 2 de abril em meio a dúvidas sobre as perspectivas para a companhia estatal.

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Conforme destaca o Itaú BBA, a recente queda acentuada nos preços do petróleo e a incerteza sobre os preços futuros desencadearam discussões entre investidores sobre a possível necessidade da Petrobras de aumentar a alavancagem para cumprir a política de dividendos, devido à diferença entre o FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Acionista) e o dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) em cenários de preços mais baixos do petróleo.

Assim, o banco fez uma análise de sensibilidade em relação ao aumento necessário na alavancagem da empresa para sustentar a fórmula de dividendos atual em diferentes cenários de preços do petróleo.

A fórmula para pagamento de dividendos ordinários é de 45% o (fluxo de caixa operacional – capex, ou investimentos em capital).

A fórmula de dividendos da Petrobras não está vinculada ao fluxo de caixa livre sobre o patrimônio líquido (FCFE) e não considera as despesas de arrendamento e financeiras incorridas pela empresa.

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Farão jus ao recebimento dos dividendos os acionistas titulares de ações de emissão da companhia registrados no dia 10 de abril de 2025.

“Embora isso não tenha sido um problema recentemente, em cenários de preços mais baixos do petróleo e assumindo que não haja ajustes nos planos de capex de curto prazo da empresa, haveria uma discrepância maior entre o FCFE projetado e os rendimentos de dividendos ordinários”, aponta a equipe de analistas.

Para os analistas do banco, a estatal precisaria aumentar a alavancagem para manter sua política de dividendos em meio aos baixos preços do petróleo.

Dado que o FCFE no curto prazo seria significativamente impactado em cenários de preços mais baixos do petróleo, e assumindo que não haja revisões substanciais para baixo nos planos de investimento de curto prazo e custos fixos, a Petrobras precisaria aumentar a alavancagem para cumprir com a política de remuneração aos acionistas no curto prazo.

Por exemplo, se os preços do petróleo permanecerem em torno de US$ 65 o barril (bbl) pelo resto do ano, o BBA estima que a empresa precisaria aumentar a dívida bruta para US$ 64 bilhões até o final do ano (em comparação com US$ 60 bilhões no 4T24) para cumprir com os pagamentos de dividendos ordinários para este ano, ainda abaixo do limite da dívida bruta de US$ 75 bilhões.

Eles ainda destacam que, somente se os preços do petróleo caírem abaixo de US$ 50/bbl o aumento da alavancagem necessário para manter a política de dividendos empurraria a dívida bruta para mais de US$ 75 bilhões.

“Reconhecemos que a empresa pode considerar alavancar oportunidades para priorizar o pagamento de dividendos no curto prazo, embora não tenhamos certeza sobre a extensão e a duração de tais ações”, apontam os analistas, que possui recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 49.

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