“Prefeito tiktoker”: PF apreende R$ 1,7 milhão em espécie

São Paulo — A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo durante a Operação Copia e Cola, que mirou o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), por suspeita de envolvimento em um esquema de propina por meio de uma organização social (OS) contratada pela Secretaria de Saúde.

O montante foi encontrado em endereços ligados a diferentes alvos, nas cidades de Itu, Sorocaba, Santos, Araçoiaba da Serra e São Paulo.

A investigação da PF partiu da suspeita de contratação emergencial, em 2021, da Organização Social ACENI – atualmente denominada Instituto de Atenção à Saúde e Educação (IASE) — durante o primeiro mandato de Manga. O republicano foi reeleito em 2024.

12 imagens

R$ 860 mil apreendidos em caixas de papelão

PF apreendeu armas
Justiça determinou o sequestro de bens e valores em um total de até R$ 20 milhões
Dinheiro apreendido na operação desta quinta (10/4)
Operação busca desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde
1 de 12

Foi encontrado dinheiro em porta-malas do veículo de um investigado

Divulgação/ Polícia Federal

2 de 12

R$ 860 mil apreendidos em caixas de papelão

Divulgação/ Polícia Federal

3 de 12

PF apreendeu armas

Divulgação/ Polícia Federal

4 de 12

Justiça determinou o sequestro de bens e valores em um total de até R$ 20 milhões

Divulgação/ Polícia Federal

5 de 12

Dinheiro apreendido na operação desta quinta (10/4)

Divulgação/ Polícia Federal

6 de 12

Operação busca desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde

Divulgação/ Polícia Federal

7 de 12

São cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em cidades de SP, além de Vitória da Conquista, na Bahia

Divulgação/ Polícia Federal

8 de 12

Mais de 100 policiais federais participam da ação desta quinta-feira (10/4)

Divulgação/ Polícia Federal

9 de 12

Investigações da Operação Copia e Cola tiveram início no ano de 2022

Divulgação/ Polícia Federal

10 de 12

Foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias

Divulgação/ Polícia Federal

11 de 12

Operação Copia e Cola

Divulgação/ Polícia Federal

12 de 12

Carro apreendido pela PF

Divulgação/ Polícia Federal

A partir da quebra de sigilo dos investigados, a PF identificou indícios de que Manga recebeu propina por meio de transações de imóveis e depósitos em espécie a operadores financeiros. Entre os operadores, segundo a investigação, estaria Marcos Mott, um amigo do prefeito e que também foi alvo da operação.

De acordo com a PF, transações suspeitas também ligam o esquema a uma igreja que pertence à cunhada do prefeito e o marido dela — ambos se identificam como bispos.

Em um carro ligado aos dois, foram encontradas caixas com R$ 863 mil em dinheiro vivo. A PF também está contabilizando dinheiro confiscado em um cofre.

Segundo as investigações, a OS está em nome de um testa de ferro e é comandada, na verdade, pelos empresários Paulo Korek e Anderson Luis Santana, donos de companhias subcontratadas pela entidade.

Korek também é presidente do Água Santa, time de futebol de Diadema, na Grande São Paulo. Já Santana, segundo investigadores, tem histórico de prisão por tráfico de mais de 200 kg de cocaína.

Além de Manga, o ex-secretário de Saúde Vinicius Rodrigues foi alvo de buscas da PF.

O que diz Rodrigo Manga

Em nota, o prefeito Rodrigo Manga informou que “está havendo plena colaboração com as autoridades” envolvidas na operação “para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível”.

“Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional”, diz a nota. “Não é a primeira vez na história que vemos ‘forças ocultas’ se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo.”

Em outra nota, a defesa de Manga afirma que não há elementos que relacionem o prefeito a atos ilícitos e diz que a PF “tenta proceder a ilegal ‘pesca probatória’ para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força policial, induzindo o Poder Judiciário em erro”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.