Prefeito tiktoker: PF apreende R$ 863 mil ligados a igreja de cunhada

São Paulo — A Operação Copia e Cola da Polícia Federal deflagrada nessa quinta-feira (10/4), que teve como um dos alvos o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), apreendeu mais de R$ 863 mil em espécie no porta-malas de um veículo, carros de luxo, armas e munições. A ação tem por objetivo desarticular uma organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde.

O dinheiro em espécie foi apreendido durante diligências dos agentes na capital paulista. O montante estava em caixas de papelão no veículo de um investigado (veja vídeo abaixo) ligado a uma igreja que pertence à cunhada de Manga e ao marido dela. Ambos, que se identificam como bispos, são alvo da PF por transações financeiras suspeitas. A operação também está contabilizando dinheiro confiscado em um cofre.

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R$ 860 mil apreendidos em caixas de papelão

PF apreendeu armas
Justiça determinou o sequestro de bens e valores em um total de até R$ 20 milhões
Dinheiro apreendido na operação desta quinta (10/4)
Operação busca desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde
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Foi encontrado dinheiro em porta-malas do veículo de um investigado

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R$ 860 mil apreendidos em caixas de papelão

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PF apreendeu armas

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Justiça determinou o sequestro de bens e valores em um total de até R$ 20 milhões

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Dinheiro apreendido na operação desta quinta (10/4)

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Operação busca desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde

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São cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em cidades de SP, além de Vitória da Conquista, na Bahia

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Mais de 100 policiais federais participam da ação desta quinta-feira (10/4)

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Investigações da Operação Copia e Cola tiveram início no ano de 2022

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Foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias

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Operação Copia e Cola

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Carro apreendido pela PF

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O “prefeito tiktoker” é suspeito de receber propina de um suposto esquema de desvio de dinheiro envolvendo um contrato com uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade do interior de São Paulo. Segundo apurou o Metrópoles, a investigação da PF partiu da suspeita de contratação emergencial da então Organização Social ACENI – atualmente denominada Instituto de Atenção à Saúde e Educação (IASE).

A partir da quebra de sigilo dos investigados, a PF identificou indícios de que Manga recebeu propina por meio de transações de imóveis e depósitos em espécie a operadores financeiros. Entre os operadores, segundo a investigação, estaria Marcos Mott, um amigo do prefeito e que também foi alvo da operação.

Veja:

Fraude

A investigação teve início no ano de 2022, após suspeitas de fraudes na contratação da OSS para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município de Sorocaba.

Segundo as investigações, a OSS está em nome de um testa de ferro e é comandada, na verdade, pelos empresários Paulo Korek e Anderson Luis Santana, donos de companhias subcontratadas pela entidade. Korek também é presidente do Água Santa, time de futebol de Diadema, na Grande São Paulo. Já Santana, segundo investigadores, tem histórico de prisão por tráfico de mais de 200 kg de cocaína.

Foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

Também foi determinado o sequestro de bens e valores no total de até R$ 20 milhões e a proibição da OSS investigada de contratar com o poder público.

Além de Manga, o ex-secretário de Saúde Vinicius Rodrigues foi alvo de buscas da PF.

O que diz Rodrigo Manga

Em nota, o prefeito de Sorocaba informou que “está havendo plena colaboração com as autoridades” envolvidas na operação desta quinta-feira, “para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível”.

“Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional”, diz a nota. “Não é a primeira vez na história que vemos ‘forças ocultas’ se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo.”

Em outra nota, a defesa de Manga afirma que não há elementos que relacionem o prefeito a atos ilícitos e diz que a PF “tenta proceder a ilegal ‘pesca probatória’ para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força policial, induzindo o Poder Judiciário em erro”.

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