Armadilhas relacionadas a dividendos que podem te pegar de surpresa

Nos últimos anos, o pagamento de dividendos tornou-se uma estratégia comum para atrair investidores e aumentar a liquidez das ações. Setores como varejo, construção e alimentos adotaram políticas de distribuição periódica. Contudo, nem todo dividendo atrativo significa segurança.

Até Luiz Barsi Filho, o maior investidor da bolsa brasileira, já teve de lidar com problemas assim ao confiar cegamente em promessas de rendimentos elevados. Por isso, análises cuidadosas são cruciais para evitar surpresas indesejadas.

Avaliar os detalhes da empresa antes de investir nela é uma forma segura de obter dividendos sustentáveis – Imagem: Pixabay/Pexels

Armadilhas relacionadas aos dividendos

Em entrevista ao portal e|investidor, do jornal Estadão, o analista Ricardo Schweitzer informa que uma instituição deve combinar, de maneira concreta e transparente, crescimento, renda e saldo positivo de caixa para oferecer dividendos de modo sustentável.

Contudo, por vezes, as empresas utilizam dividendos insustentáveis para ocultar dificuldades financeiras. Mesmo companhias bem-intencionadas podem oferecer dividendos atraentes sem fundamentos sólidos, o que compromete o retorno dos acionistas no longo prazo; confira algumas propostas suspeitas.

Dívidas para sustentar pagamento

Um dos principais sinais de alerta é quando uma empresa paga dividendos superiores ao caixa gerado. Essa prática muitas vezes leva ao aumento de capital ou à contração de dívidas, o que pode ser arriscado, especialmente em ambientes de juros elevados.

Uso inadequado de lucros

Algumas empresas, mesmo com geração de caixa, distribuem dividendos em vez de reinvestirem em projetos rentáveis. Isso pode ser um sinal de que a empresa tem priorizado ganhos imediatos em detrimento de um crescimento sustentável.

Casos emblemáticos de armadilhas passadas

A Oi, por exemplo, utilizou-se do endividamento para pagar dividendos insustentáveis, o que resultou em prejuízos significativos para os investidores.

Já a Taesa, mesmo com o dobro de sua dívida para sustentar dividendos, corrigiu sua política para utilizar um cálculo mais transparente.

A mudança trouxe mais clareza aos investidores sobre a real capacidade de geração de caixa da corporação.

Empresas para ficar de olho em 2025

Analistas destacam alguns exemplos que podem ser armadilhas em 2025.

  • Syn Prop Tech (SYNE3): alta distribuição de dividendos, mas dependente da venda de ativos;

  • Unicasa (UCAS3): dividendos elevados com receitas estagnadas;

  • Allied (ALLD3) e Anima (ANIM3): vulneráveis a oscilações macroeconômicas;

  • JHSF (JHSF3): distribui mais dividendos do que gera em caixa, o que acarretou um recente aumento do endividamento.

Em resumo, investidores devem estar atentos às armadilhas de dividendos. Estratégias como a avaliação cuidadosa dos fundamentos e das políticas das empresas são essenciais para decisões de investimento seguras e informadas.

* Com informações do portal e|investidor, do jornal Estadão.

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