Médico explica por que ingestão de aerossol matou criança de 8 anos

A morte de Sara Raíssa Pereira (foto em destaque), 8 anos, vítima de um “desafio” do TikTok que leva crianças e adolescentes a inalarem gás de desodorante aerossol, chama atenção para o perigo de fazer contato com certas substâncias. Sara deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na última quinta-feira (10/4) e veio a óbito neste domingo (13/4).

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Sara morreu aos 8 anos vítima de inalação de gás de desodorante aerossol

Menina inalou o produto após ver uma espécie de trend do TikTok
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Sara Raíssa Pereira

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Sara morreu aos 8 anos vítima de inalação de gás de desodorante aerossol

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Menina inalou o produto após ver uma espécie de trend do TikTok

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O médico Paulo Guimarães, especialista em prevenção de acidentes domésticos e primeiros socorros a crianças e adolescentes, explica o que levou a criança à morte.

“Os sprays [de desodorantes aerossóis] contêm gases como butano, propano e isobutano, que, quando inalados, provocam hipóxia — ou seja, falta de oxigênio no corpo”, responde o médico.

Segundo o especialista, a falta de oxigênio no corpo pode causar tontura, convulsões e parada cardíaca, que foi o que levou Sara Raíssa a óbito. “Há, inclusive, a chamada síndrome da morte súbita por inalante, que pode ocorrer em questão de minutos”, alerta Paulo Guimarães.

“Esse desafio que circula nas redes sociais é extremamente perigoso”, destaca o o especialista.

O que aconteceu

  • Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na quinta-feira (10/4), Sara Raíssa Pereira deu entrada no HRC após ter inalado gás de desodorante devido à tal trend do TikTok;
  • Sara Raíssa teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada após uma hora de tentativas por parte dos médicos. Ela, no entanto, não respondeu mais a estímulos e teve constatada morte cerebral;
  • O óbito foi declarado neste domingo (13/4);
  • Agora, a PCDF investiga como a criança teve acesso ao referido desafio. O caso é apurado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro);
  • O delegado-chefe da 15ª DP, João Ataliba Neto, afirma que o responsável pela publicação do desafio responsável pela publicação poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado (através de meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode alcançar os 30 anos de prisão.

Vaquinha

Após a tragédia, a família da vítima iniciou uma vaquinha para arrecadar fundos para o funeral. Sem condições financeiras para arcar com os custos, os pais disponibilizaram a chave Pix 61993086397 (Fabiana Pereira Brandão) para doações.

“A pequena Sara Raíssa deixou uma lacuna no coração de seus familiares”, afirmou uma familiar da criança pelas redes sociais.

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