“Argentina vai liderar em crescimento dentro do grupo”, diz Fabio Godinho, CEO da CVC Corp

Fabio Godinho da CVC "Argentina vai liderar em crescimento dentro do grupo", diz Fabio Godinho, CEO da CVC Corp

Fabio Godinho, CEO da CVC Corp

SÃO PAULO – Durante a WTM Latin America 2025, o CEO da CVC Corp, Fábio Godinho, conversou com o Mercado & Eventos sobre o novo momento da companhia. Depois de atravessar um período desafiador, a CVC virou a página: foi a empresa listada na Bolsa que mais abriu lojas no último ano e projeta um ciclo de crescimento entre 2025 e 2027. Na entrevista, Godinho detalha os pilares dessa retomada, fala sobre os desafios no Brasil e na Argentina, explica como pretende garantir a confiança do consumidor num cenário de incertezas e adianta onde estão os focos de expansão. Veja a entrevista completa abaixo.

M&E – A CVC foi a empresa da Bolsa que mais abriu lojas físicas em 2024. Em um momento em que muitos apostam só no digital, o que motivou essa expansão? 
Fábio Godinho – A gente evoluiu o modelo. A CVC sempre foi forte pela combinação de operadora e rede de distribuição própria. Agora, combinamos o físico com o digital – o que chamamos de “figital”. Isso permite abrir lojas em cidades muito menores, de 10, 15, 20 mil habitantes, onde antes não fazia sentido. A tecnologia está ajudando a CVC a abrir mais loja, não menos. Ampliamos nossa presença nacional e multiplicamos por cinco o potencial de municípios atendidos.

M&E – Em um cenário delicado para operadoras e com crise de confiança no setor, como manter a credibilidade da marca CVC junto ao consumidor?
Fábio Godinho – A prioridade número 1 foi resolver a parte financeira. Capitalizamos a empresa em R$ 800 milhões. A dívida, que era de 5 a 6 vezes o EBITDA, hoje é de 0,6x. Fechamos 2024 com quase R$ 400 milhões de EBITDA, o melhor resultado desde 2018. Somos a única do setor com números auditados e públicos, porque estamos na Bolsa. Estamos preparados para esse cenário mais turbulento, com uma estrutura operacional e estratégica sólida.

M&E – E as operações da CVC na Argentina? Qual o balanço de 2024 e o que esperar para este ano?
Fábio Godinho – Foi desafiador no início. Fizemos ajustes em custos, margens e também mudamos boa parte da liderança. Em 2024, mesmo com queda de 30% nas vendas por conta da crise local, geramos caixa positivo e fechamos com EBITDA de mais de R$ 40 milhões. E isso já virou: no primeiro trimestre de 2025, dobramos as vendas em dólar. A operação argentina deve ser a que mais cresce na CVC este ano.

A Argentina vai liderar em crescimento, depois o B2B, seguido do B2C

M&E – A CVC tem diferentes frentes e marcas. Quais são as expectativas para os braços da empresa em 2025? Algum foco especial?
Fábio Godinho – Estamos entrando num ciclo de crescimento acelerado e investimento em tecnologia entre 2025 e 2027. A virada financeira e estratégica já foi. A Argentina vai liderar em crescimento, depois o B2B, seguido do B2C, que já teve forte alta em 2024. Só no Brasil, foram 260 novas lojas. Vamos continuar apostando no figital, aumentar a capilaridade e investir em produtos exclusivos e linhas de financiamento inovadoras.

M&E – Diante do sucesso recente da operação argentina, há planos de expansão internacional para outros mercados?
Fábio Godinho – Não pretendemos comprar empresas fora do Brasil, mas vamos crescer via parcerias, principalmente com a Ávoris. Já estamos colhendo frutos em hotelaria e receptivos na Europa, Caribe e Ásia. Tudo isso de forma integrada, sem abrir novas frentes próprias. A expansão internacional será sempre com apoio da Ávoris e dentro do que já está planejado até 2027.

M&E – E como você enxerga o futuro do turismo nos próximos anos? Qual o papel da CVC nesse cenário?
Fábio Godinho – O futuro é a combinação do físico com o digital. O digital funciona bem para produtos simples, como diárias ou passagens. Para isso, preferimos que o fornecedor venda direto. A CVC existe para o que os fornecedores não conseguem fazer: criar demanda, montar pacotes, oferecer crédito, atender o interior. Só a gente tem esse modelo de distribuição figital, que gera nova demanda e chega onde os outros não chegam.

*O M&E viaja com apoio da Shift Mobilidade Corporativa e proteção GTA

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