Ativos da Argentina disparam após fim de controles cambiais e novo acordo com o FMI

notas de peso argentino

Os ativos da Argentina subiram com força após o país suspender a maior parte dos controles cambiais, como parte do novo programa de US$ 20 bilhões firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os títulos soberanos avançaram até 3,5% ao longo da curva nesta segunda-feira (14), segundo dados compilados pela Bloomberg, liderando os ganhos entre os mercados emergentes — atrás apenas do Equador, cuja dívida disparou após as eleições presidenciais. As ações de empresas argentinas negociadas nos EUA também subiram: os recibos da petroleira YPF SA avançaram mais de 11% no pré-mercado.

O ministro da Economia, Luis Caputo, informou na noite de sexta-feira (11) que o país receberá US$ 15 bilhões do FMI ainda este ano, sendo US$ 12 bilhões já nesta terça-feira (15). Ele anunciou ainda que o governo permitirá a negociação do câmbio dentro de uma banda entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar e eliminará a maior parte das restrições cambiais.

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Gestores de recursos vinham defendendo que o país deixasse de lado os controles, pois isso facilitaria a acumulação de reservas internacionais — fundamentais para sustentar o peso e garantir os pagamentos da dívida externa. Poucos, no entanto, esperavam que o governo adotasse essa mudança antes das eleições legislativas previstas para o segundo semestre.

“O fato de que um acordo foi fechado elimina as dúvidas de investidores que temiam que ele não fosse assinado”, disse Carlos Carranza, gestor de dívida de mercados emergentes na Allianz Global Investors, em Londres. “Os valores e o desembolso adiantado são maiores do que o consenso esperava, o que também deve impulsionar os ativos argentinos.”

Investidores acompanham ainda a visita do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a Buenos Aires, onde ele deve se reunir com o presidente Javier Milei.

‘Grande passo’

O governo também está encerrando a regra conhecida como “dólar blend”, o que significa que agora 100% das receitas de exportação serão convertidas no câmbio oficial argentino, substituindo o sistema dividido que vigorava há anos. As empresas também poderão enviar ao exterior parte dos dividendos relacionados a este ano; os dividendos acumulados de anos anteriores levarão mais tempo para serem liberados.

“A adoção de um regime cambial mais sustentável, com apoio internacional robusto, é um grande avanço no arcabouço de política econômica”, afirmou Graham Stock, estrategista sênior de dívida soberana de mercados emergentes da RBC Bluebay. “Já vínhamos com uma visão construtiva sobre os ajustes em curso na Argentina, mas os desdobramentos do fim de semana reforçam a sustentabilidade dessas medidas.”

©2025 Bloomberg L.P.

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