Festival Amazonas de Ópera inicia 26ª edição com superproduções e parceria internacional


Edição deste ano reúne 280 artistas e técnicos e marca o início da internacionalização de um amplo projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Festival Amazonas de Ópera retorna aos palcos de Manaus a partir desta terça-feira em Manaus.
Divulgação
Maior evento de ópera da América Latina, o 26º Festival Amazonas de Ópera (FAO) será realizado entre os dias 15 de abril e 18 de maio, com apresentações no Teatro Amazonas e no Centro Cultural Palácio da Justiça. A programação reúne grandes produções com artistas consagrados da cena operística contemporânea. A abertura acontece nesta terça-feira (15), às 19h, com a estreia da ópera “La Vorágine”.
Esta edição traz três óperas, três concertos e dois recitais. Além disso, marca o início do projeto internacional “Corredor Criativo da Amazônia”, que unirá instituições culturais do Brasil, Colômbia, Portugal e Áustria. O objetivo é promover o festival no exterior e inserir a cultura amazônica na agenda global de sustentabilidade ambiental.
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O secretário de Cultura e Economia Criativa, Caio André, destaca a importância do festival para o cenário cultural.
“O Festival Amazonas de Ópera já faz parte da história do nosso estado e da agenda de quem ama esse gênero. A cada ano, cresce o número de admiradores, e a expectativa para esta edição é ainda maior”, afirmou.
A programação inclui uma versão em concerto de La Bohème (Puccini), a montagem de As Bodas de Fígaro (Mozart), além dos recitais Belcanto e Canções Brasileiras. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e no site shopingressos.com.br.
A ópera que abre o festival, La Vorágine, é baseada no romance histórico colombiano homônimo, ambientado no ciclo da borracha. A história acompanha personagens que saem da Colômbia rumo a Manaus, então em pleno auge econômico por conta da exploração do látex.
Composta por João Guilherme Ripper, a obra é inédita e marca a entrada oficial da Colômbia no Corredor Criativo da Amazônia. A produção envolve cantores e técnicos dos dois países.
“Essa ópera representa uma nova fase do festival. A Colômbia, que já era parceira, agora se integra ao Corredor Criativo. Também vamos assinar acordos com Portugal e Áustria, fortalecendo a cultura, o turismo e a educação em Manaus e na região amazônica”, explica Flávia Furtado, diretora-executiva do FAO.
Mais de 80% dos profissionais envolvidos na produção são de Manaus. Cerca de 280 pessoas atuam diretamente no evento, entre técnicos, solistas, coro e orquestra. Os preparativos — que incluem montagem de estrutura, figurinos e ensaios — já estão em andamento no Teatro Amazonas e no Palácio da Justiça. A direção artística é do maestro Luiz Fernando Malheiro.
O festival também aposta em ações de inclusão, com um espetáculo adaptado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e apresentações voltadas a estudantes da rede pública, como o concerto OCA alla Rossini.
Ópera na Amazônia
Criado em 1997, o Festival Amazonas de Ópera gerou importante impacto para a cultura e a economia criativa manauara. A partir do evento, os corpos artísticos do Estado começaram a ser montados e toda uma cadeia de trabalho da economia criativa foi estruturado, com destaque também para a expansão do setor hoteleiro e gastronômico no entorno do Teatro Amazonas.
Agora, o Festival inicia um novo capítulo cuja missão é destacar a colaboração do setor cultural para a preservação da Amazônia brasileira. Flávia Furtado destaca que a assinatura de convênios com grupos da Áustria, Colômbia e Portugal marca essa nova etapa, que vai beneficiar a classe artística em Manaus e Belém, além de ampliar as oportunidades de qualificação de mão de obra.
“A gente tem um fundo criado para dar suporte ao festival, cuja história de 25 anos nos habilita para o próximo passo, que é ser reconhecido como grande impulsionador de turismo, cultura e educação para a cidade de Manaus. O ‘Corredor Criativo’ vai envolver o Amazonas e o Pará, que têm os maiores festivais de ópera do país. A gente entende que precisa replicar essa experiência”, disse a diretora-executiva do Festival Amazonas de Ópera.
Segundo ela, têm gerações de amazonenses que trabalham no teatro. É um projeto amazonense, para amazonenses porque 70% dos corpos artísticos e 80% dos trabalhadores técnicos são do Amazonas. “Precisamos comunicar isso, porque o FAO é um projeto estruturante e sustentável que gera impactos para o meio ambiente e precisa ser incentivado e multiplicado”, destaca.
A proposta do “Corredor Criativo da Amazônia” será lançada na quarta-feira (16/04). Um dos objetivos é arrecadar recursos internacionais para fomentar ações estruturantes e de colaboração regional entre os membros do Corredor.
“A ideia é fazer o festival funcionar na primeira metade do ano e, no segundo semestre, o trabalho ficará centrado na formação da mão de obra local, parcerias técnicas e ações com educação para escolas e instituições públicas do Amazonas. Por isso, vamos buscar linhas de financiamento para a cultura e meio ambiente objetivando beneficiar as cidades da região amazônica”, adiantou Flávia Furtado.
Em conjunto com essa iniciativa, será lançado o Prêmio Carlos Gomes dentro do Concurso de canto de Cascais. A premiação é parte de uma estratégia de divulgação do Festival Amazonas de Ópera na comunidade europeia. Dando visibilidade não apenas ao FAO, mas ao Brasil e nossa história importante com o gênero operístico.
Festival Amazonas de Ópera começa nesta terça-feira
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