Primeiro trimestre de 2025 mostra vantagem dos EUA nas relações comerciais com o Brasil


Antes do agravamento da guerra comercial lançada por Trump, trocas comerciais entre Brasil e Estados Unidos bateram recorde, somando US$ 20 bilhões de janeiro a março. O presidente americano Donald Trump deflagrou a guerra das tarifas com a alegação que os Estados Unidos
Jornal Nacional
O presidente americano Donald Trump deflagrou a guerra das tarifas com a alegação que os Estados Unidos tinham um desequilíbrio nas relações comerciais com outros países – o Brasil inclusive.
Mas os números do primeiro trimestre divulgados hoje, nas transações com o Brasil, esse desiquilíbrio é favorável para os Estados Unidos.
O comércio entre os dois países somou US$ 20 bilhões de janeiro a março. O Brasil vendeu para os Estados Unidos US$ 9,7 bilhões em produtos como semiacabados de ferro ou aço, café não torrado e sucos de frutas; e importou US$ 10,3 bilhões. Os principais produtos foram motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis, medicamentos e produtos farmacêuticos. Um saldo positivo para os americanos.
A situação não é nova. Considerando o desempenho dos três primeiros meses do ano, os Estados Unidos costumam ter vantagem na troca comercial, e o Brasil registra déficit com os americanos. Foi assim nos últimos dez anos, com exceção de 2024.
Apesar do recorde no comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump criaram um ambiente de incerteza e imprevisibilidade, afetando decisões empresariais ao longo do ano.
A Associação Brasileira de Alumínio disse que as exportações do produto cresceram 22% no primeiro trimestre. O que pode indicar um movimento de antecipação de formação de estoque por parte dos importadores norte-americanos, diante da expectativa da entrada em vigor de novas tarifas sobre o alumínio.
Em fevereiro, Trump anunciou uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, incluindo produtos vendidos pelo Brasil, que começou em 12 de março. No início de abril, passou a valer mais uma barreira: a tarifa de 10% sobre as compras americanas em geral. Como justificativa, Trump fala em proteção da indústria nacional e redução do déficit comercial do país.
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil disse que há uma transformação no comércio internacional:
“Há uma perspectiva de um quadro mais desafiador para as exportações brasileiras para os Estados Unidos, sobretudo aquelas de maior valor agregado, e também para o aumento da concorrência de importados aqui no mercado brasileiro. É um comércio que no agregado é superavitário para os Estados Unidos, tanto em bens como em serviços, quase US$ 30 bilhões no ano passado. E que também, quando se olham as tarifas, o Brasil tem na média uma tarifa baixa aplicada de 2,7% em relação aos Estados Unidos. Então, tudo isso colocado, o interesse do setor empresarial é se ter mais comércio e mais investimentos entre os dois países e não um quadro de aumento de restrições comerciais”, diz Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.
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