Quem é o criminoso suspeito de 12 assassinatos que falsa enfermeira tentou fraudar óbito no RS

Foi no verão do ano passado que uma ação organizada pelas Polícias Civis do Rio Grande do Sul e Santa Catarina culminou na prisão de Maicon Donizete Pires dos Santos, o Red, considerado na época o criminoso mais procurado do RS. Ele foi encontrado na praia catarinense de Garopaba.

É dele o atestado de óbito que a falsa enfermeira, suspeita de lesar uma paciente em um hospital de Canoas, teria tentado fraudar na região metropolitana. A informação foi revelada nesta segunda-feira (14), durante a nova fase da Operação Dupla Face.

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Maicon Donizete Pires dos Santos, o Red, teria tentado forjar a própria morte, segundo a Polícia Civil



Maicon Donizete Pires dos Santos, o Red, teria tentado forjar a própria morte, segundo a Polícia Civil

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

O caso veio à tona por meio da apuração a respeito da mulher que se passou por uma profissional de saúde. Ela entrou na mira da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas durante uma investigação envolvendo golpes cometidos contra pacientes internados em uma instituição de saúde da cidade.

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Ao cumprirem mandado de busca e apreensão na casa da suspeita, os policiais encontraram uma ficha de óbito hospitalar, preenchida com os dados de Red. Nela, constava que o paciente teria morrido num hospital de Porto Alegre por “falência múltipla de órgãos”.

“Entramos em contato com a médica que atestou o referido óbito”, aponta a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP. “Ela afirmou ser falsa a assinatura e os dados. Inclusive disse que nunca trabalhou no referido hospital.”

A Polícia Civil apura agora como a suspeita presa no ano passado teve acesso ao documento e carimbos da médica. Ao que tudo indica, o esquema foi montado para garantir a soltura do criminoso, suspeito de homicídios ligados ao tráfico de drogas e entorpecentes na zona norte da capital.

“Para sua frustração, sobreveio dias antes uma nova ordem de prisão preventiva e acabou com o plano de ter uma nova vida, o plano de forjar a morte foi por água abaixo”, reforçou o delegado Cristiano Reschke, diretor da Polícia Civil em Canoas.

Começou a matar aos 13

Red é apontado como o fundador do grupo batizado de Comando Nova Geração, que atua na Zona Norte de Porto Alegre. Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de cometer, pelo menos 12 assassinatos, sendo que o primeiro aconteceu quando tinha 13 anos.

“Ao forjar a morte, ele seria esquecido”, aponta a delegada Luciane Bertoletti. “Porque ele conseguiria a extinção da punibilidade e estaria livre para cometer outros crimes.”

O criminoso está atualmente preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Operação

Após a prisão da falsa enfermeira no ano passado, a Polícia Civil concentrou esforços em uma segunda fase da operação, com o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão em Alvorada, Porto Alegre e Arroio dos Ratos, nesta segunda-feira (14).

A expectativa da Polícia é de que esses mandados ajudem a angariar mais provas sobre os crimes cometidos pelo grupo, que, além de fraudes financeiras, pode ter ligações com atividades mais graves envolvendo o crime organizado.

Em tempo, o principal suspeito de receber boa parte do dinheiro dos golpes foi preso na última quinta-feira (10) por atuar esquema de agiotagem, em outra ação da Polícia Civil contra o crime organizado.

Operação, na manhã desta segunda-feira (14), dá sequência a ação para desmantelar esquema de estelionato identificado no ano passado



Operação, na manhã desta segunda-feira (14), dá sequência a ação para desmantelar esquema de estelionato identificado no ano passado

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

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