Após cassação de Giovanni Rocha, Patteta toma posse na Câmara de Vereadores

Com pouco mais de 100 dias de mandato, Giovanni Rocha (PSD) é o terceiro vereador cassado na história da política canoense. Em seu lugar, tomou posse nesta terça-feira (15) o suplente Jozir Bernardes Prestes, conhecido como Patteta (PSD). O político, que foi vereador por seis mandatos, retorna por mais quase quatro anos no Legislativo.

Patteta (PSD)



Patteta (PSD)

Foto: Divulgação

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Nos bastidores da política, a volta de Patteta é comemorada por aliados do ex-prefeito Jairo Jorge (PSD), uma vez que Patteta deve desempenhar um papel de oposição ao atual governo de Airton Souza (PL). Ao longo da curta passagem de Giovanni no plenário, o ex-vereador demonstrou mais alinhamento com a base governista, o que ocasionou descontentamento dentro e fora da legenda partidária.

Giovanni recebeu 19 votos favoráveis e dois contrários, dele próprio e do vereador Dário Silveira (União Brasil), à cassação. Eleito com 2.459 votos, o estreante na política perdeu o mandato por decisão quase unânime entre os demais vereadores.

Foram mais de 13 horas de sessão especial na Câmara de Vereadores de Canoas, nesta segunda-feira (14), que julgava a denúncia por supostas irregularidades na nomeação e atuação de servidores em cargo de comissão (CC).

Giovanni lamenta a cassação e afirma que seu trabalho por Canoas não termina com a perda do mandato.

Giovanni Rocha perde mandato no Legislativo



Giovanni Rocha perde mandato no Legislativo

Foto: Divulgação/Câmara de Vereadores de Canoas

“Saio de cabeça erguida, com a consciência tranquila e com a certeza de que representei cada um dos 2.459 votos que recebi com dignidade, coragem e verdade. Vou continuar lutando por Canoas, porque ninguém cala quem tem verdade no coração e coragem na caminhada”, salienta.

O cabeleireiro e empresário alega que foi julgado por disputas políticas e pessoais. Ele nega que tenha cometido irregularidades no exercício do mandato.
“O que aconteceu hoje é uma injustiça — não contra mim, mas contra todos que acreditam numa política feita com presença, escuta e compromisso real com as pessoas.”

Sobre a possibilidade de recorrer judicialmente contra a decisão de cassação do mandato, Giovanni respondeu que “neste primeiro momento, não.”

Processo e recado

O processo de pedido de cassação teve início em fevereiro, a partir de um pedido protocolado pelo advogado Jairo Wilson de Oliveira Silveira. A denúncia apontava que três servidores lotados no gabinete de Giovanni Rocha estariam recebendo salários sem exercer, de fato, suas funções.

De acordo com o documento, os assessores atuavam em uma associação beneficente do município, durante o horário de expediente, o que, segundo o denunciante, poderia configurar desvio de função. A entidade beneficente mencionada seria presidida pelo cônjuge do vereador, o que levantou suspeitas de conflito de interesses e uso indevido da estrutura pública.

A apuração dos fatos foi conduzida por uma Comissão Processante formada por Gabriel Constantino (PT), como presidente; Aloísio Bamberg (PSDB), relator; e Rodrigo D’Ávila (Novo), membro. Após o período de instrução e análise da defesa do vereador, a comissão apresentou parecer favorável à cassação, que resultou no julgamento realizado em plenário nesta segunda-feira.

Ao fim da sessão especial, a defesa de Giovanni deixou um recado para outro parlamentar, o vereador Ezequiel Vargas (PL), afirmando que, o também estreante na política, será o próximo que terá o mandato cassado. No entanto, a defesa não detalhou ou apresentou provas que confirmassem a alegação.

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