Bolsa americana prefere ‘Bitcoin corporativo’ do que tecnologia

Em um movimento bastante interessante, que o analista da Bloomberg Eric Balchunas trouxe em seu X, a bolsa americana está entregando mais para quem apostou no Bitcoin corporativo do que aqueles que acreditaram no setor de tecnologia.

O dado que sugere isso é que as ações da Strategy (MSTR) subiram 7,09% no acumulado de 2025. Enquanto o Invesco QQQ Trust (QQQ) recuou mais de 10% no mesmo período.

Para fins de contexto, a Strategy é a empresa com a maior posição corporativa em Bitcoin do mundo, e o Invesco QQQ Trust é o principal ETF de tecnologia dos EUA. Portanto, enquanto a empresa que adota uma reserva estratégica em Bitcoin valorizou, as empresas de tecnologia sofreram.

Vale ressaltar também que a Strategy é originalmente uma empresa de tecnologia. Então o seu contraste com o ETF reforça ainda mais o acerto do Michael Saylor, presidente-executivo, ao aderir o Bitcoin na tesouraria.

Os dados, retirados da Bloomberg, sugerem que, em um momento de fragilidade da bolsa americana, o mercado parece demonstrar mais confiança no Bitcoin do que no próprio setor de tecnologia que o impulsionou nos últimos anos.

A comparação entre os dois ativos se tornou ainda mais simbólica porque o QQQ representa empresas como Apple, Microsoft, Nvidia e Google.

No entanto, o desempenho abaixo do esperado dessas gigantes expôs uma nova dinâmica: o papel crescente do Bitcoin como ativo de resiliência.

E é justamente aí que entra a Strategy

Desde que adotou uma política agressiva de alocação em Bitcoin, a empresa passou a funcionar, na prática, como um proxy (“substituto” ou “exposição indireta”) de capital aberto da criptomoeda. Basicamente, um ativo na bolsa americana que representa o Bitcoin.

Com uma posição acumulada superior a 530 mil BTC, o ativo digital se tornou o principal motor de performance da companhia. O que justifica seu descolamento do restante da bolsa.

“$MSTR subindo 7% no ano enquanto $QQQ cai 10% é algo que eu não teria previsto. Estou ainda mais surpreso com o BTC a US$ 85 mil após tudo isso”, disse o analista da Bloomberg.

Balchunas relembra que o Bitcoin saiu dos US$ 30 mil para os US$ 70 mil impulsionado pelo lançamento dos ETFs spot e pela recuperação do mercado acionário.

A vitória de Donald Trump nas eleições de 2024 teria então elevado o preço para a faixa dos US$ 100 mil, mas uma posterior correção nas bolsas e certa decepção com a política econômica do ex-presidente pressionaram os mercados.

Mesmo assim, o Bitcoin recuou pouco, se mantendo firme na faixa dos US$ 85 mil. O que, para Balchunas, contraria a tese de que seria apenas uma “versão beta” da Nasdaq.

Impactos da guerra comercial

A leitura que ganha força, portanto, é de que o mercado americano está tratando o Bitcoin, via ações da MicroStrategy, com mais convicção do que as próprias empresas de tecnologia.

Principalmente com o baque que o setor de tecnologia sofre há semanas, por causa da guerra comercial que o presidente dos EUA, Donald Trump, travou com a China. As tarifas já passam de 145% sobre tudo que os EUA compram da China, e isso influencia diretamente o setor de tecnologia.

O impacto é direto. Grande parte das empresas de tecnologia dos EUA importam peças da China para fabricação de eletrônicos. O aumento no preço, possivelmente será repassado ao consumidor, o que pode significar uma redução nas vendas. O movimento chama-se inflação de custo.

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