Criança morre após ser medicada em hospital: “Mataram minha filha”

Uma família da Cidade Ocidental (GO), Entorno do DF, foi vítima deu uma tragédia após a filha do casal, de 6 anos, ser medicada no hospital do município e morrer, em seguida. Maria Eduarda Ferreira da Silva (foto em destaque) foi levada à unidade de saúde na manhã desta terça-feira (15/4), passando mal, com um quadro de asma exacebada. Um minuto após receber um remédio na veia, começou a passar mal e entrou em parada cardiorrespiratória e faleceu. A família denuncia negligência médica. “Mataram a minha filha”, disse Ana Silva, mãe de Maria Eduarda.

A família deu entrada no Hospital Municipal da Cidade Ocidental às 7h17. De acordo Eduardo Silva, pai da menina, a filha saiu de casa andando, e morreu, ao lado da mãe, após ser medicada.

Fotos de Maria Eduarda:

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Maria Eduarda Ferreira da Silva, 6 anos

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Maria Eduarda morreu após tomar um medicamento para bronquite no Hospital da Cidade Ocidental

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Maria Eduarda Ferreira da Silva, 6 anos

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Relatório médico

O Metrópoles teve acesso ao laudo da paciente. O documento descreve que Maria Eduarda apresentou um histórico de desconforto respiratório, com episódio de asma exacerbada. Ela não apresentava outras queixas no momento da admissão à unidade de saúde.

Maria Eduarda passou por consulta e recebeu prescrita médica para receber remédio na veia. De acordo com o laudo, ela tomou “hidrocortisona”. Um minuto após ser medicada, a menina “se apresentou irresponsiva, sem pulsos periféricos e centrais, cianótica, pupilas ficas e midriáticas”, como consta no relatório médico. Em seguida, Maria Eduarda entrou em parada cardiorrespiratória.

A equipe médica atuou rapidamente, levando a criança a outro box de emergência, onde foram realizadas duas horas de tentativa de reanimação. Depois, foi constatado o óbito. Ainda no relatório, o médico que fez o atendimento, disse que “oferecia conforto aos familiares e os orientou a realizar boletim de ocorrência”.

“Mataram minha filha”

Eduardo Silva, pai da menina, gravou um vídeo para a página Radar Santa Maria. Enquanto fala, não contém as lágrimas e fala sobre a suspeita de que deram uma dosagem mais alta que o recomendado para a filha. O vídeo foi gravado na porta da Delegacia da Cidade Ocidental (GO). Aos prantos, Eduardo pede justiça pela morte da menina.

Veja o relato do pai:

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga o caso.

A coluna Na Mira entrou em contato com a Prefeitura Municipal da Cidade Ocidental. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que a mãe da criança chegou ao Hospital Municipal às 7h17 sem afirmar que a garota sofria de asma. “Segundo relato familiar, a criança não possuía comorbidades ou alergias conhecidas”, alega. “Às 7h37, já estava em atendimento médico, quando a mãe informou histórico de crises asmáticas”, defende-se a pasta.

A secretaria confirma que os médicos identificaram “quadro compatível com crise asmática exacerbada” e decidiram prescrever hidrocortisona 100 mg para a criança “como parte do tratamento inicial”. “Poucos minutos após a administração do medicamento, a paciente apresentou súbita piora clínica, evoluindo para estado de inconsciência”, atesta o órgão.

A pasta diz que, a partir da piora do quadro, transferiu a menina à emergência e deu início às manobras de reanimação. “Após aproximadamente duas horas, infelizmente, não houve retorno da circulação espontânea”, atesta o órgão. O óbito foi confirmado às 9h50.

Ainda em nota, a secretaria de saúde municipal disse que considera o caso como “atípico” e fala em “ausência de diagnóstico prévio de doenças crônicas”. Por fim, o órgão afirma que aguarda conclusão de laudo pericial, garante que todos os documentos relacionados à paciente estão disponíveis para a família e presta solidariedade e pesar.

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