GRIPE: Taxa de morte pela doença é maior em idosos no RS; vacina é considerada o melhor meio de prevenção

A cada dez óbitos por gripe no Rio Grande do Sul nos últimos dois anos, sete são de pessoas com 60 anos ou mais. Durante os anos de 2023 e 2024 foram registradas 423 mortes no Estado causadas por complicações da infecção do vírus Influenza. Desse número, 304 foram de idosos.

No RS, mais de 2,3 milhões de pessoas fazem parte desta faixa etária. Os dados reforçam a importância de priorizar esse grupo na campanha de vacinação, que pode receber o imunizante desde o dia 3 de abril em Novo Hamburgo.

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A vacinação da gripe começou em Novo Hamburgo no dia 03 de abril. | abc+



A vacinação da gripe começou em Novo Hamburgo no dia 03 de abril.

Foto: Paola Altneter/GES-Especial

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Os idosos também abrangem a maioria dos casos de hospitalizações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), com identificação do vírus Influenza. Das quase 3,4 mil internações ocorridas no Estado nos últimos dois anos, mais de 1,5 mil foram entre idosos. 

Em 2025, até esta terça-feira (15), foram 120 hospitalizações por agravamento da Influenza, sendo 52 pessoas idosas. Já aconteceram nove óbitos no RS por gripe, sendo seis deles na faixa etária dos 60 aos 79 anos, e um com mais de 80 anos.

A vacina é considerada o melhor meio de prevenção contra o vírus e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos. Por isso, é recomendado que este público busque a imunização o quanto antes.

A imunidade ocorre, em média, após 15 dias da vacinação, e a duração é de cerca de seis a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre após quatro a seis semanas, embora, em idosos, os níveis de anticorpos possam ser menores.

Todos os anos, as cepas que compõem a dose são atualizadas, por isso a vacina deve ser aplicada anualmente. Os imunizantes das campanhas atuais são trivalentes e protegem contra os tipos de Influenza A (de dois subtipos H1N1 e H3N2) e Influenza B, que são os vírus de maior importância epidemiológica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A meta do Estado é vacinar 90% dos idosos. O índice, contudo, ficou abaixo do esperado nos últimos anos. Em 2024, apenas 52,5% dos idosos fizeram a vacina contra a gripe. Em 2023, o percentual ficou em 61,7%.

Imunização no Município

A presidente do Conselho Municipal de Direito e Cidadania da Pessoa Idosa de Novo Hamburgo, Leny Camargo Fisch, 67, conta que há nove anos acompanha o início da campanha de imunização da gripe para se vacinar. “Faço a vacina desde que peguei uma gripe muito forte. Fiquei com febre, garganta inflamada, tosse e forte dores no corpo. Nos anos seguintes, adotei o procedimento de fazer a vacina regularmente, assim tenho evitado gripes nos último anos, e não abro mão da imunização”, relata.

Beatriz Bitencourt Haubrich, 61, é representante do Programa Melhor Idade (PMI) do bairro Lomba Grande. Ela conta que sempre que os agentes de saúde informam a data do início do calendário de vacinação, ela repassa para todo grupo.

Além disso, Beatriz e o marido se programam para se imunizarem no primeiro dia da campanha. “Desde que começamos a tomar a vacina, não pegamos mais gripe forte, porque a vacina nos protege e também protege as pessoas ao redor, e isso é de extrema importância para nós da melhor idade”, destaca.

Beatriz Bitencourt Haubrich (61) é representante do Programa Melhor Idade (PMI) do bairro Lomba Grande e sempre cuida o calendário de vacinação para se imunizar no primeiro dia. | abc+



Beatriz Bitencourt Haubrich (61) é representante do Programa Melhor Idade (PMI) do bairro Lomba Grande e sempre cuida o calendário de vacinação para se imunizar no primeiro dia.

Foto: Paola Altneter/GES-Especial

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O Lar Bem Viver, assim como as outras Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no Município, recebem anualmente as vacinas através da Vigilância em Saúde. “É importante para o lar poder ofertar a vacina, porque a gente aumenta a prevenção, a gente faz um círculo de proteção para eles”, ressalta a enfermeira da instituição, Miriam Lehmann.

Além disso, as unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família dos bairros, e a Casa da Vacina no Centro, realizam a vacinação de pacientes acamados no domicílio, basta os familiares pedirem no posto ou comunicarem um agente de saúde.

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