Ibovespa volta a encostar nos 130 mil pontos e BBA traz 7 pontos sobre desempenho

O Ibovespa já registra alta de 7,6% no acumulado do ano, fechando a última segunda-feira (14) aos 129.454 pontos, com o Itaú BBA trazendo lições sobre este avanço do desempenho.

O banco aponta que o desempenho dos índices de ações locais – como o Ibovespa, índice de small caps SMLL e de dividendos IDIV – foi impulsionado por uma ligeira melhora na curva nominal dos juros de 10 anos, com queda, e pela melhora do câmbio (R$ 5,86 versus R$ 6,18 no fim do ano de 2024).

Em termos de alocação no Brasil, os estrategistas do BBA apontam continuar favorecendo ações com bom carry, ou carregamento (dividend yield, ou dividendo em relação ao preço da ação, TIR, ou taxa interna de retorno, de dois dígitos e proteção contra a inflação), qualidade/alto ROE [retorno sobre patrimônio líquido] representado por 4 temas.

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São esses os 4 temas: i) ações proxies (com comportamento próximo) de infraestrutura e títulos com TIRs reais de dois dígitos (com foco em concessionárias de serviços públicos de qualidade, infraestrutura e shoppings); ii) ativos cíclicos de qualidade com bom carregamento (caso de empresas financeiras e construtoras de baixa renda, favorecendo empresas de qualidade nesses setores); iii) líderes em oportunidades de reinvestimento – calls seculares (tendências de crescimento secular nos setores de saúde e consumo, visando histórias de qualidade a preço razoável). Por fim, os estrategistas mantêm proteção com exposição cambial por meio de iv) exportadores e commodities selecionadas com valuation atrativo (estando overweight, ou com exposição acima da média, em celulose e papel, petróleo e gás e proteína), um tema que sofreu após a tarifa dos EUA, mas que ainda apresenta valor.

Ao olhar as sete lições sobre o desempenho de 2025 no ano, os estrategistas destacam:

1) análise de classes de ativos locais: houve um período de recuperação para as ações; com small caps e Ibovespa apresentando os melhores desempenhos. 2) líderes e retardatários no ano – bancos e utilities (energia e saneamento) do lado positivo; ações de exportadoras como retardatárias. Na lista dos principais contribuintes acumulados no ano, estão Itaú (ITUB4), Eletrobras ON (ELET3), Sabesp (SBSP3), Banco do Brasil (BBAS3) e B3 (B3SA3). 3) Ao realizarem uma análise individual, os estrategistas destacam que 13 dos 16 Setores estão em território positivo; já a categoria de commodities teve a pior difusão. Das 106 ações analisadas, 73,6% apresentaram alta no período.

4) Ao olhar para as ações com melhor desempenho até o momento em 2025, o beta (indicador financeiro que mede a volatilidade de um ativo ou portfólio em relação ao mercado) alto, revisões negativas, alto dividend yield (dividendo sobre o preço por ação) e mais vendidas a descoberto foram destaque; 5) Mercados emergentes – Brasil e América Latina se destacaram no contexto dos mercados emergentes. Entre os 10 países com maior peso no índice de mercados emergentes, o Brasil teve o segundo melhor desempenho, atrás apenas do México. A América Latina, que havia caído 30% em dólares americanos em 2024, acumula alta de 9,6% em 2025 até o momento, impulsionada pela Colômbia, Chile, México e Brasil. O desempenho pós-tarifas ainda mostra o Brasil com desempenho ligeiramente superior. 6) O banco vê rotação de crescimento para baixa volatilidade e valor em ações globais/EUA; já fatores América Latina/Brasil superaram os mercados emergentes. A região como um todo teve um início de ano positivo, impulsionado principalmente por Crescimento e Small Caps na América Latina, com Small Caps se destacando positivamente no Brasil, e Crescimento foi o fator com melhor desempenho no México. 7) Por fim, ações de momentum de lucros e de valor são os destaques.

Na véspera, o Ibovespa avançou 1,39%, a 129.453,91 pontos, chegando a 129.955,35 pontos na máxima, em meio a uma relativa trégua nas tensões comerciais desencadeadas pelos Estados Unidos.

A semana começou sob efeito da decisão dos EUA, conhecida no fim de semana, de isentar uma série de produtos eletrônicos, como smartphones e laptops, de tarifas comerciais anunciadas recentemente pelo presidente Donald Trump, embora o secretário de comércio dos EUA tenha falado que haverá tarifas separadas.

Nesta segunda-feira, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que negociadores dos EUA e da União Europeia já se reuniram várias vezes e houve enorme progresso.

Conforme o relatório Diário do Grafista, do Itaú BBA, de segunda-feira, a suspensão de tarifas norte-americanas na última quarta-feira proporcionou alívio imediato aos mercados e a recuperação do Ibovespa iniciada na última semana pode se estender até os níveis de resistência pré-tarifas.

No último pregão antes do anúncio das tarifas recíprocas por Trump, que ele chamou de Dia da Libertação, o Ibovespa fechou a 131.190,34 pontos.

(com Reuters)

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