TAP mira Curitiba como possível nova cidade atendida e prevê crescimento de até 5% no volume de pax entre Brasil e Portugal

Equipe do ME em entrevista com Marcelo Freixo da Embratur e Carlos Antunes da TAP scaled TAP mira Curitiba como possível nova cidade atendida e prevê crescimento de até 5% no volume de pax entre Brasil e Portugal

Carlos Antunes em reunião no estande do M&E com Natália Strucchi, Marcelo Freixo, Roy Taylor e David Seromenho (Ana Azevedo/M&E)

SÃO PAULO – A cidade de Curitiba está no radar da TAP Air Portugal como próxima candidata a integrar a malha aérea da companhia no Brasil. A capital paranaense é considerada, atualmente, a principal aposta da empresa para se tornar a 14ª cidade brasileira a ter voos diretos para Portugal. A confirmação veio do diretor da TAP para o Brasil, Carlos Antunes, durante a WTM Latin America, em São Paulo.

“De todos os pontos do Brasil que nós ainda não atendemos, o mais importante é Curitiba. Pela pujança do estado do Paraná, pelos nossos dados… Nós hoje não podemos operar em Curitiba por uma questão de equipamento, de pista. Mas acreditamos muito no potencial”, afirmou Antunes.

A declaração foi feita em meio a um balanço positivo para a empresa em 2024. A TAP ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 2 milhões de passageiros transportados entre Brasil e Portugal em um único ano. “Foi a primeira vez que isso aconteceu. A gente achou que isso ia acontecer em 2023, mas foi agora”, celebrou. A expectativa de crescimento no volume de passageiros ao final de 2025 gira em torno de 4% a 5% sobre os atuais 2 milhões.

Apesar de um cenário global desafiador para o setor aéreo — incluindo instabilidades macroeconômicas —, a TAP conseguiu crescer com estratégias como a antecipação do voo Florianópolis–Lisboa, que estava previsto apenas para 2025. “A única rota direta de Santa Catarina para a Europa foi antecipada, o que já veio ajudar bastante na nossa expectativa e quantidade de passageiros transportados”, explicou o executivo.

Outro destaque foi o retorno da rota Manaus–Lisboa, que, junto com Belém, tem apresentado resultados surpreendentes. “Metade dos passageiros desembarca em Belém, metade segue para Manaus. E a ocupação está acima de 85%.”

Potencial de expansão e foco turístico

Hoje, a TAP opera 15 rotas em 13 capitais brasileiras, com uma média de 102 voos semanais. Segundo o executivo, mais de 65% dos passageiros embarcados no Brasil têm origem no próprio país, evidenciando a importância do mercado brasileiro. Ainda assim, ele destaca que há espaço para aumentar o número de turistas estrangeiros, especialmente nas rotas do Nordeste, que já têm apelo turístico consolidado.

“Rotas como as do Nordeste deveriam ter proporções de 50-50 ou até 60-40 entre passageiros locais e estrangeiros. O Brasil tem atrativos únicos no mundo: sol, praia, cultura, gastronomia, ecoturismo, esporte, cânions, chapadas…”  Antunes acredita que quanto mais investimentos em promoção internacional, mais fácil mudar o cenário atual. “Nós fazemos a nossa parte de promover as rotas na Europa, mas a promoção local é fundamental.”

Olhar atento ao cenário internacional

Com 99 aeronaves em operação — o máximo permitido pelo plano de recuperação aprovado pela União Europeia —, a TAP só poderá expandir sua frota a partir de 2026. Até lá, qualquer nova rota no Brasil exige uma realocação estratégica de aeronaves, o que depende do comportamento dos mercados.

“Estamos observando cuidadosamente o cenário internacional. Há uma instabilidade nos Estados Unidos — política, econômica, social — que pode fazer com que o europeu prefira vir ao Brasil ao invés de ir para lá. E o brasileiro, talvez, opte mais pela Europa também”, avaliou.

A TAP mantém forte presença nos EUA e, ainda este ano, lançará novas rotas como Los Angeles–Lisboa (a mais longa da história da companhia), Boston–Porto e São Francisco–Ilha Terceira (Açores).

Curitiba no horizonte

Mesmo com a malha atual considerada robusta, Carlos Antunes acredita no potencial de novas conexões. E Curitiba está no topo da lista de prioridades da companhia: “Nós estamos muito bem servidos com 13 cidades, mas acredito num potencial impressionante do Brasil. E Curitiba é, sim, uma prioridade. Só não operamos ainda por questões técnicas e de frota. Mas, a partir de 2026, com a expansão prevista, ela pode se tornar uma realidade.”

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