Trump corta R$ 13 bi de Harvard após universidade rejeitar exigências

O governo Donald Trump anunciou na segunda-feira (14) o congelamento de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,9 bilhões) em subsídios de longo prazo e de um contrato adicional de US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 350 milhões) destinados à Universidade Harvard. A medida foi uma retaliação à recusa da instituição em cumprir uma série de exigências impostas pelo governo federal, consideradas ilegais pela universidade.

As demandas incluíam a redução do poder de estudantes e professores na governança da instituição, o relato imediato de alunos estrangeiros que cometessem infrações, a extinção de iniciativas voltadas à diversidade, equidade e inclusão, e a implementação de auditorias externas para garantir “diversidade de pontos de vista” nos departamentos acadêmicos. Também foi solicitado o envio de dados detalhados sobre admissões e contratações, incluindo informações sobre raça, origem, notas e testes padronizados.

Em comunicado interno, o presidente de Harvard, Alan Garber, declarou que “nenhum governo — independentemente do partido — deve ditar o que universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir ou contratar, e quais áreas podem pesquisar”.

Manifestantes se reúnem em um protesto organizado pedindo à liderança de Harvard que resista à interferência do governo federal na universidade em Cambridge, Massachusetts, EUA12/04/2025REUTERS/Nicholas Pfosi

Desde que reassumiu a presidência em janeiro, Trump tem aumentado a pressão sobre o setor acadêmico, justificando a atuação como parte de um esforço para combater o antissemitismo e eliminar práticas que considera ideologizadas. A iniciativa já afetou outras instituições: em março, a Universidade Columbia teve US$ 400 milhões (R$ 2,3 bilhões) bloqueados e aceitou revisões exigidas pelo governo para reaver parte dos recursos.

Harvard vinha sendo pressionada internamente a adotar uma posição mais firme diante da ofensiva federal. Na semana passada, mais de 800 professores assinaram uma carta pedindo que a universidade resistisse às exigências. Um grupo de docentes entrou na Justiça para tentar barrar os cortes, argumentando que as medidas violam a autonomia acadêmica.

A resposta pública de Harvard foi bem recebida por outras lideranças do setor. “Isso dá espaço para que outras instituições também se posicionem”, afirmou Ted Mitchell, presidente do American Council on Education.

Além de Harvard, outras nove universidades e três associações acadêmicas também processaram o governo Trump na segunda-feira, tentando reverter cortes promovidos pelo Departamento de Energia, que impactam pesquisas estratégicas para áreas como segurança nacional, energia e competitividade econômica.

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