Anvisa diz que retenção da receita será obrigatória para Ozempic e similares

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira (16) que a retenção da receita médica passará a ser obrigatória para a comercialização de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e outros similares, utilizados para emagrecimento. Até então, os medicamentos da categoria de tarja vermelha não precisavam da retenção, apenas da apresentação da receita. Apesar da exigência formal, é comum que esses medicamentos sejam vendidos sem a apresentação da receita, permitindo que clientes os comprem mesmo sem o documento.

A mudança na regra ocorreu após o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgar uma carta em que os médicos expressavam a necessidade de um maior controle em relação às prescrições dessa classe de medicamentos. Os remédios, como Ozempic, Wegovy e Saxenda, e futuramente o Mounjaro – que começará a ser comercializado no Brasil em junho deste ano – têm o objetivo de tratar doenças diferentes, mas todos contêm inibidores de apetite em sua composição para tratar a obesidade.

Um estudo apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO 2024) indica que, atualmente, 56% dos adultos brasileiros têm excesso de peso, sendo 34% com obesidade e 22% com sobrepeso. Nos últimos anos, avanços científicos têm ampliado as opções de tratamento farmacológico. Pesquisas recentes indicam que medicamentos para emagrecimento já promovem perdas de peso próximas às observadas com a cirurgia bariátrica, o que representa uma mudança significativa nas possibilidades terapêuticas.

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Inibidores de apetite

Os remédios foram desenvolvidos originalmente para o tratamento do diabetes tipo 2, e alguns passaram a ser utilizados também no combate à obesidade. É o caso do Ozempic e do Wegovy, que contêm como princípio ativo a semaglutida, e do Saxenda, que utiliza a liraglutida, ambas substâncias da mesma classe. Esses medicamentos imitam a ação do GLP-1, um hormônio produzido no intestino que regula o apetite e a liberação de insulina. Por consequência, o composto ajuda a controlar a saciedade, reduzindo a ingestão de alimentos. Os fármacos podem levar à perda de até 17% do peso corporal em apenas um ano. No entanto, com o aumento da popularidade dos remédios, há quem os busque para emagrecer rapidamente, sem a prescrição, o que acende um alerta para os riscos do uso indiscriminado.

Benefícios e efeitos colaterais

Especificamente sobre o Ozempic, que é o mais popular entre os medicamentos, ele traz uma série de benefícios para pacientes com diabetes tipo 2, incluindo:

  • Controle aprimorado da glicemia;
  • Redução do risco de complicações cardiovasculares;
  • Perda de peso como benefício adicional, especialmente em pacientes com obesidade.

Mas, como todo medicamento, o Ozempic também pode apresentar efeitos colaterais. Alguns dos principais efeitos são gastrointestinais, principalmente náusea e constipação ou diarreia, além de dor de cabeça. Outro risco destacado na bula das canetas emagrecedoras é em relação ao pâncreas, pois pode causar uma doença grave, mas incomum, chamada pancreatite. O documento aponta que esse efeito ocorre em até 1 em 100 pessoas. De acordo com a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e Wegovy, os remédios à base de semaglutida podem causar eventos de gravidade leve a moderada de forma temporária.

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