Deputado do PL que não apoia anistia reage a críticas e ataca Malafaia

Único deputado do PL a não assinar o requerimento de urgência do projeto da anistia, Antonio Carlos Rodrigues (SP) reagiu publicamente às críticas dos colegas de partido e do pastor Silas Malafaia por não ter apoiado a proposta.

Em discurso na tribuna da Câmara, na terça-feira (15/4), o parlamentar, que foi ministro dos Transportes do governo Dilma Rousseff e é amigo do ministro Alexandre de Moraes, elencou os motivos pelos quais não apoiou a urgência.

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Avanço do PL da Anistia vem sendo liderado por Sostenes Cavalcante

Sostenes é líder do PL de Bolsonaro na Câmara
Deputado reuniu assinaturas e,agora, quer pautar texto
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Antonio Carlos Rodrigues não assinou o requerimento de urgência

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Avanço do PL da Anistia vem sendo liderado por Sostenes Cavalcante

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Sostenes é líder do PL de Bolsonaro na Câmara

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Deputado reuniu assinaturas e,agora, quer pautar texto

Metrópoles

O deputado afirmou que não vai ceder às pressões e que não guia sua vida política por “apelos do Legislativo”. Segundo ele, o parlamento não pode assumir o papel de “julgador” para não comprometer o equilíbrio entre os poderes.

“Tenho seis mandatos e não me guio por pressões, circunstâncias ou apelos de ocasião, que são irrestritos e acelerados pelo legislativo, sem diálogo efetivo com o Judiciário. Isso compromete o equilíbrio entre os Poderes. O parlamento não pode assumir o papel de julgador sobre a pena de suprimir a atuação do Poder Judiciário”, disse Rodrigues durante discurso.

O parlamentar paulista também criticou o texto do projeto. Para ele, que também é amigo pessoal do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, há problemas técnicos na proposta da anistia que tramita na Câmara dos Deputados.

“O texto do atual projeto de lei não distingue com clareza entre autores, intelectuais, executores e mero participantes, tratando de forma igual condutas gravemente distintas. O projeto apresenta problemas técnicos que podem tornar a lei inócua, incluindo crimes eleitorais dentro do escopo, aumentando a insegurança jurídica. Minha posição é, antes de tudo, buscar uma saída institucional equilibrada, que não negue o sofrimento dos envolvidos, mas também não desrespeite o devido processo legal”, declarou.

O deputado finalizou o discurso mandando um recado para seus colegas de partido. Em uma indireta a ala bolsonarista da legenda, Rodrigues disse que está no PL “há mais de 25 anos” e que não vai ouvir regras de quem chegou agora.

“Todas as posições que ocupei na minha vida foram pelo meu partido. Não são aqueles que chegaram agora que vão ditar regras para mim; não vão ditar, não. Eu sou o PL de origem. O PL que construí e ajudei a fundar. Eu não rasgo meu passado”, disse o parlamentar.

Deputado manda Malafaia se candidatar

O deputado do PL também rebateu as críticas de Silas Malafaia. Rodrigues disse respeitar o religioso, mas afirmou que, para participar do debate político, o pastor deveria se candidatar nas eleições a algum cargo público.

“Lamento que, no momento em que país clama por seriedade e equilíbrio, ele opta por adotar um discurso que contribui com o acirramento dos ânimos. Caso deseja participar ativamente do debate politico e confrontar parlamentares, sugiro que fale dentro das regras democráticas, colocando seu nome à disposição da população por meio de processo eleitoral, pleiteando assim uma cadeira. Não elegeu nem o teu vereador na capital”, disparou o deputado.

 

 

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