Dólar abre em baixa com tarifas, fala de Powell e PIB da China em foco

O dólar operava em queda nesta quarta-feira (16/4), em mais um dia no qual o mercado financeiro repercute os desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, ainda com muita incerteza e apreensão entre os investidores.


Dólar

  • Às 9h06, a moeda norte-americana recuava 0,39% e era negociada a R$ 5,868.
  • Na véspera, o dólar teve alta de 0,67%, cotado a R$ 5,89.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 3,24% no mês e perdas de 4,68% no ano frente ao real.

Tarifaço

Os investidores continuam acompanhado os efeitos do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos importados de mais de uma centena de países, tendo a China como maior alvo.

Nessa terça-feira (15/4), o site oficial da Casa Branca informou que as tarifas direcionadas aos produtos chineses, até então estipuladas em 145%, já teriam chegado a 245%.

A informação não está acompanhada por uma explicação sobre a eventual nova tarifa nem há dados a respeito do cálculo usado pelos EUA para definir a nova taxa.

Enquanto isso, os mercados globais seguem sofrendo os efeitos das tarifas de Trump.

Os principais índices das bolsas de valores da Ásia fecharam em queda nesta quarta, em resultado impactado diretamente pelo tombo sofrido pela Nvidia no mercado, que pressionou as ações de semicondutores locais.

Na véspera, a gigante de semicondutores informou ao mercado que projeta um encargo de até US$ 5,5 bilhões por causa das restrições anunciadas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à exportação de chips de inteligência artificial para a China.

A decisão da Casa Branca derrubou outras empresas do setor de tecnologia na terça-feira. A queda da Nvidia foi de 6,3% no pós-mercado em Nova York – e os papéis operavam em baixa no pré-mercado desta quarta.

PIB da China surpreende

Na China continental, os mercados terminaram o pregão sem direção única, após a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da China no primeiro trimestre deste ano.

A economia chinesa avançou 5,4% entre janeiro e março, na comparação com o mesmo período de 2024. As estimativas do mercado giravam em torno de 5,1%.

O índice Xangai Composto terminou o dia em alta de 0,26%, aos 3,2 mil pontos.

O Shenzhen Composto, menos abrangente, teve perdas de 1,1%, aos 1,8 mil pontos.

De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) do governo chinês, o cenário econômico global é “mais complexo e severo” neste momento, em meio à escalada da guerra comercial.

“Ainda não está consolidada a base para uma recuperação econômica sustentada e para o crescimento”, afirmou o governo.

“Neste momento, a imposição de tarifas elevadas por parte dos EUA vai pressionar o comércio e a economia do nosso país”, reconheceu o vice-comissário do Escritório Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun.

Fala do presidente do Fed

Ainda nesta quarta-feira, os investidores estão atentos à fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, e de outros dirigentes da autoridade monetária norte-americana.

A expectativa do mercado é a de que possam ser dados alguns sinais em relação à trajetória da taxa básica de juros nos EUA.

Em sua última reunião, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed manteve inalterada a taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,16%, aos 129,2 mil pontos.

Com o resultado, o indicador acumula perdas de 0,78% em abril e ganhos de 7,46% em 2025.

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