Google paga US$ 600 mil para funcionários não trabalharem

O Google vai literalmente pagar para que funcionários não trabalhem. O movimento ocorre em meio à intensa corrida global por talentos em inteligência artificial (IA).

A empresa Google adota uma estratégia para proteger sua liderança no setor: pagar salários integrais a funcionários-chave da sua divisão DeepMind para que fiquem em “garden leave”. Ou seja, um período de licença de até 12 meses durante o qual eles não podem trabalhar para concorrentes.

A prática no mercado de trabalho é como um “non-compete”. O termo refere-se a uma cláusula contratual para impedir que um funcionário leve competição desonesta para outra concorrente após aprender bastante em seu tempo como colaborador. Mas ao contrário do non-compit, o garden leave é remunerado.

Portanto, a Google anuncia que pode garantir pacotes anuais de US$ 600 mil ou mais. A tática gerou bastante debates sobre ética, competição e os impactos no desenvolvimento de IA.

O que é o “garden leave” e como o Google está usando essa estratégia?

O termo “garden leave” (ou “licença jardim”, em tradução literal) refere-se a um período em que um funcionário é pago para não trabalhar, geralmente após deixar a empresa, com a condição de não se juntar a um concorrente.

No caso do Google, a prática está sendo aplicada a pesquisadores e engenheiros da DeepMind. A divisão de IA sediada no Reino Unido. Conhecida por desenvolver tecnologias como os modelos Gemini e avanços em áreas como biologia, química quântica e sustentabilidade.

De acordo com a Business Today e a TechCrunch, o Google exige que esses funcionários assinem acordos de não concorrência (non-compete agreements) que os proíbem de trabalhar para outras empresas por até um ano.

Durante esse período, eles continuam recebendo seus salários completos, que podem chegar a US$ 600 mil anuais para pesquisadores seniores, conforme relatado. A estratégia visa impedir que talentos-chave migrem para rivais como Microsoft, Amazon ou startups emergentes no setor de IA.

A DeepMind e a corrida pela liderança em IA

A DeepMind é uma das joias da coroa do Google, focada em avançar a pesquisa em IA para resolver desafios globais.

Segundo informações do próprio site da DeepMind, a divisão trabalha em projetos que vão desde a descoberta científica até a integração de IA em produtos do Alphabet, impactando bilhões de usuários.

Seus engenheiros e pesquisadores desenvolvem tecnologias escaláveis, enquanto equipes de ética e políticas públicas garantem que os avanços sejam responsáveis.

No entanto, a “corrida da IA”, comparada por um ex-funcionário da DeepMind a uma “corrida espacial”, é feroz.

Estar à frente por apenas seis meses pode significar uma vantagem competitiva enorme, e perder talentos para concorrentes pode custar caro. É nesse contexto que o Google implementou os períodos de garden leave, descritos como “agressivos” pela TechCrunch.

Um porta-voz do Google justificou a prática, afirmando que os contratos estão alinhados aos padrões de mercado e são aplicados seletivamente para proteger os interesses legítimos da empresa, dado o caráter sensível do trabalho em IA.

A estratégia do Google reflete a crescente guerra por talentos no setor de tecnologia, especialmente em IA.
A DeepMind, que já foi uma startup independente antes de ser adquirida pelo Google em 2014, é um alvo constante de empresas concorrentes. A Microsoft, por exemplo, tem atraído ex-funcionários da DeepMind, segundo relatos.

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