Moradores que tiveram as casas condenadas estão sem aluguel social; entenda

Mais de 32 mil pessoas foram diretamente afetadas em Novo Hamburgo por aquele que ser tornou o maior desastre climático da história do Rio Grande Sul. Agora, quase um ano depois da cheia histórica, hamburguenses ainda tentam se reerguer.

Maria Lírias de Bairro | abc+



Maria Lírias de Bairro

Foto: Gabriel Stöhr/GES Especial

A localidade mais atingida no município foi o bairro Santo Afonso e seus arredores. Por ali, a água do Rio dos Sinos transbordou o dique e tomou as ruas. Em questão de horas, casas estavam cobertas além do telhado. A estimativa é que até 10,4 mil casas tenham sido afetadas pelas inundações.

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Diversas residências acabaram sendo muito danificadas pela enchente, principalmente as construídas em madeira. Com isso, a Defesa Civil precisou interditar algumas dessas moradias e encaminhar os residentes ao programa Aluguel Social, que atualmente contempla 356 famílias no Município. No entanto, existem hamburguenses que dizem não ter recebido nenhuma parcela de R$ 749 do auxílio até agora.

Casa da Maria Lírias é uma das condenadas no bairro | abc+



Casa da Maria Lírias é uma das condenadas no bairro

Foto: Gabriel Stöhr/GES Especial

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“Não sobra quase nada”

Esse é o caso de Maria Lírias de Bairro, 76 anos. Durante boa parte da vida ela morou em uma casa de madeira na Rua da Divisa, no Santos Afonso, a poucos metros do dique. Ela morava lá com o filho Vanderlei Bairros da Silva, 46, que possui deficiência intelectual e dificuldade de locomoção, até que de uma hora para a outra viu o local inundado.

Dioni de Borba Schvarstzhaupt | abc+



Dioni de Borba Schvarstzhaupt

Foto: Gabriel Stöhr/GES Especial

A casa dela foi uma das que teve a estrutura condenada pela Defesa Civil. Entretanto, mesmo cadastrada pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação do Município, ela afirma nunca ter recebido o aluguel social. Ela contou que vai todos os meses até a pasta, mas explicam que não tem verba. Com isso, ela precisa bancar o aluguel de R$ 750 e sustentar a si e ao filho com o que sobra da aposentaria. “Depois que paga aluguel, água e luz, não sobra quase nada. A gente tem que escolher se compra comida ou remédio”, diz. 

Casa da Dioni de Borba Schvarstzhaupt | abc+



Casa da Dioni de Borba Schvarstzhaupt

Foto: Gabriel Stöhr/GES Especial

“O fiscal veio aqui e condenou a casa”

Outra família que está na mesma situação é da Dioni de Borba Schvarstzhaupt, 66 anos. Na mesma rua em que a dona Maria, ela morava em uma casa de dois pisos, onde a água alcançou mais de um metro de altura da base do segundo andar.

“O fiscal veio aqui e condenou a casa. E depois disso, onde que eu ia morar? A sorte é que tinha essa casa da minha filha aqui nafrente, porque se fosse para aluguel não íamos conseguir”, explica. Assim como a vizinha, ela disse que tem ligado frequentemente para a Prefeitura.

O que diz a Prefeitura

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação (SDSH) informa que as duas moradoras estão inseridas em programas habitacionais, como o Compra Assistida. Em caso de dúvidas, podem entrar em contato com a assistente social de Habitação pelo número 3097-9480.

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