Powell, Haddad, vendas no varejo e produção industrial nos EUA são destaques desta 4ª

A agenda desta quarta-feira (16) começa com a divulgação das vendas no varejo dos EUA de março, às 9h30 (horário de Brasília), com expectativa de alta de 1,3%. Em seguida será publicada a produção industrial de março, às 10h15, com previsão de alta de 0,2%. Às 11h, são esperados os números dos estoques empresariais de fevereiro. O dia ainda reserva a atualização dos estoques de petróleo, que será anunciada às 11h30. Já o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fala sobre perspectivas econômicas, a partir das 14h15.

No Brasil, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal, às 14h30.

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O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia sua agenda às 9h com uma reunião com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 10h, participa da cerimônia do Dia do Exército e da comemoração do Jubileu de 80 anos das vitórias da Força Expedicionária Brasileira na Itália, no Quartel-General do Exército, em Brasília.

À tarde, às 14h40, Lula se reúne com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Em seguida, às 15h, recebe o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Às 16h30, tem encontro com o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe de Gabinete Adjunto de Agenda, Oswaldo Malatesta. Por fim, às 18h, o presidente se reúne com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Às 16h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa ao vivo do programa Sem Censura, apresentado por Cissa Guimarães.

Brasil

14h30 Fluxo cambial (semanal)

EUA

9h30 Vendas no varejo (março)

10h15 – Produção industrial (março)

11h – Estoques empresariais (fevereiro)

11h30 – Estoques de petróleo (semanal)

Internacional

Lista

A União Europeia divulgou uma lista com mais de 400 produtos dos EUA que podem sofrer tarifas retaliatórias caso fracassem as negociações comerciais com Washington. A relação inclui papel higiênico, maquiagem, charutos, tabaco e roupas, com sobretaxa de até 25%. As medidas respondem ao aumento das tarifas americanas sobre aço e alumínio, mas a UE suspendeu sua retaliação por 90 dias, até 14 de julho. As principais exportações dos EUA para o bloco incluem petróleo, medicamentos, peças aeroespaciais e veículos. Após sinalização de isenção temporária para montadoras, os principais índices europeus subiram, com exceção do francês CAC.

Negociação

A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que mais de 75 países procuraram os EUA para negociar tarifas, e que acordos poderão ser anunciados em breve. Sobre a China, disse que Trump está aberto ao diálogo, mas espera iniciativa dos chineses. Leavitt reforçou que Trump defende a integração do Canadá como o 51º Estado americano e vê incentivos econômicos para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia, desde que haja cessar-fogo. Em relação ao Irã, mantém a pressão, mas aceita diálogo. Ela também justificou o bloqueio de verbas à Universidade Harvard por suposto antissemitismo e violações legais. O vice-presidente JD Vance lidera as tratativas sobre o TikTok.

Inspeção

Auditores dos EUA inspecionarão frigoríficos brasileiros entre 5 e 16 de maio, avaliando condições sanitárias e de infraestrutura. A auditoria, conduzida pelo FSIS (Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar, ligado ao Departamento de Agricultura dos EUA), é rotina e visa confirmar a equivalência dos padrões brasileiros aos americanos. Atualmente, 54 unidades brasileiras, incluindo JBS e Marfrig, podem exportar aos EUA. Uma reunião virtual com os resultados está prevista para 22 de maio. O Brasil lidera as exportações globais de carne bovina e busca ampliar sua fatia no mercado americano. O cenário é favorecido pela retração dos EUA na China. A última suspensão ocorreu em 2017, por falhas sanitárias.

ECONOMIA

Pode faltar recursos

No Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026, apresentado ontem, o governo deixou as dívidas judiciais (precatórios) fora da revisão de gastos programada e, se nada for feito, admitiu a possibilidade de colapso nas contas públicas já em 2027, primeiro ano do próximo mandato presidencial. Pelo texto, o governo manteve a meta de superávit de 0,25% do PIB nas contas públicas de 2026, o equivalente a R$ 34,3 bilhões, e previu salário mínimo de R$ 1.630 (hoje, é de R$ 1.518). Ainda assim, o cenário apresentado pela equipe econômica indica que o poder público poderá não ter recursos para sustentar investimentos e manter a máquina pública funcionando a partir de 2027, mesmo depois do pacote de corte de gastos aprovado no ano passado.

Saiu ganhando

No primeiro trimestre de 2025, o Brasil bateu recordes em suas correntes de comércio com China e Estados Unidos, em meio à escalada da guerra comercial entre os dois países. Com a China, o fluxo atingiu US$ 38,8 bilhões, com saldo ainda superavitário para o Brasil. As importações chinesas cresceram 35%, puxadas por estruturas flutuantes, que saltaram de US$ 4 milhões para US$ 2,7 bilhões. Por outro lado, itens como válvulas e tubos tiveram queda de 77%. Já o comércio com os EUA chegou a US$ 20 bilhões, com déficit de US$ 600 milhões para o Brasil. Destaques das exportações incluíram sucos, combustíveis e café; nas importações, petróleo, medicamentos e aeronaves lideraram os aumentos.

Projeções

O relatório Prisma Fiscal, divulgado nesta terça (15) pelo Ministério da Fazenda, mostra uma leve melhora nas projeções do mercado para as contas públicas. A estimativa de déficit do governo central em 2025 caiu para R$ 73,6 bilhões, ante R$ 75,1 bilhões previstos em março. Para 2026, a projeção de rombo também recuou, passando de R$ 79,4 bilhões para R$ 78,2 bilhões. A dívida bruta do governo deve encerrar 2025 em 80,5% do PIB e atingir 84,55% em 2026. Já a expectativa de inflação (INPC) para 2025 é de 5,47%.

Salário mínimo

O governo projeta salário mínimo de R$ 1.630 em 2026, um aumento de 7,4% sobre os atuais R$ 1.518. O reajuste considera inflação e crescimento do PIB de dois anos antes, mas é limitado pelo arcabouço fiscal, que permite ganho real de até 2,5%. Para os anos seguintes, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que orienta a elaboração do Orçamento federal prevê: R$ 1.724 (2027), R$ 1.823 (2028) e R$ 1.925 (2029). O governo estima PIB de 2,5% em 2026 e inflação de 3,5%. A Selic média deve ficar em 12,56%, e o dólar em R$ 5,97. O crescimento da massa salarial será de 7,54%.

Aprovado

O Conselho Curador do FGTS aprovou nesta terça-feira (15) a criação da Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida, voltada para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Essa nova faixa permitirá o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil, com prazo de até 420 meses e taxa de juros de 10,5% ao ano. Os recursos para essa faixa virão do FGTS, da caderneta de poupança, das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Fundo Social do Pré-Sal. A medida visa ampliar o acesso à moradia para a classe média e deve beneficiar cerca de 120 mil famílias.

Abaixo do ideal

O Partido Progressistas (PP) propôs uma emenda ao projeto de reforma do Imposto de Renda, reduzindo a alíquota do imposto mínimo de 10% para 4%. Economistas alertam que a mudança diminuiria drasticamente a arrecadação, de R$ 25,8 bilhões para R$ 5,5 bilhões. A proposta beneficiaria principalmente empresários do Simples Nacional, representando 0,64% das empresas. A emenda também ampliaria o limite de cobrança do imposto de R$ 600 mil para R$ 1,8 milhão anuais, mas reduziria a progressividade do IR, favorecendo milionários. O governo busca compensar a perda de arrecadação com uma alíquota fixa de 10% para rendas altas.

Lucro

As redes de supermercados no Brasil faturaram R$ 1,067 trilhão em 2024, representando 9,12% do PIB nacional, de acordo com o Ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de 2025. A pesquisa inclui diversos formatos de operações, como atacarejos, minimercados e e-commerce. O setor gera mais de 9 milhões de postos de trabalho, mas enfrenta dificuldades de contratação, com 357 mil vagas em aberto. O número de lojas cresceu 2,3%, totalizando 424.120 unidades. O Grupo Carrefour Brasil lidera o ranking, com R$ 120,5 bilhões de faturamento.

Moradia

Os preços dos aluguéis residenciais no Brasil continuaram a subir no começo deste ano, com um aumento de 1,15% em março, acumulando uma alta de 3,22% no primeiro trimestre. Essa valorização superou a inflação oficial (IPCA) e o IGP-M. O aumento é impulsionado pela demanda por locação, devido à economia aquecida e às altas taxas de juros que afastam as pessoas da compra de imóveis. Entre as 36 cidades monitoradas, 35 apresentaram alta, com destaque para Vitória, Campo Grande e Teresina. O preço médio do aluguel foi de R$ 48,03/m², com São Paulo liderando com R$ 59,83/m². A rentabilidade do aluguel foi de 5,88% ao ano, sendo mais alta em algumas capitais como Manaus e Recife.

Faturamento MEI

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está estudando aumentar o limite de faturamento anual para os microempreendedores individuais (MEI), atualmente fixado em R$ 81 mil. O ministro Márcio França, responsável pelo Empreendedorismo e Microempresa, afirmou que embora ainda não exista uma proposta definitiva, há consenso de que o valor está desatualizado e precisa ser ajustado. Uma das ideias em discussão é a criação de uma tabela progressiva, similar ao Imposto de Renda, onde a alíquota de contribuição ao INSS aumentaria apenas sobre a receita que ultrapassasse o limite. Entre as propostas de alteração está o PLP 108/2021, que propõe aumentar o limite para R$ 130 mil, além de projetos que discutem a criação de um “Super MEI”, com limite de até R$ 140 mil anuais. No Brasil, há 16,5 milhões de MEIs.

POLÍTICA

Anistia

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que “ninguém tem o direito de decidir nada sozinho”, em resposta à pressão do PL para pautar com urgência o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A fala indica que o tema não será tratado de imediato, apesar das 262 assinaturas no requerimento. Motta, atualmente em férias, defendeu o debate prévio com o Colégio de Líderes e reforçou a responsabilidade institucional. A proposta enfrenta resistência de partidos da base do governo e do Centrão, que consideram o clima político desfavorável. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também já sinalizou que a pauta não é prioritária.

Anistia 2

A ministra Gleisi Hoffmann (PT) criticou duramente o apoio de deputados da base do governo ao projeto que propõe anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista à CNN, ela classificou a adesão como “absurda” e uma “grave afronta” ao Judiciário e à democracia. Gleisi associou a proposta à tentativa de proteger Jair Bolsonaro e seus aliados. Das 262 assinaturas no pedido de urgência, 56% são de partidos com cargos no governo. Após críticas por declarações anteriores, a ministra reafirmou que não há espaço para anistia e que penas cabem ao Judiciário.

Anistia 3

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, fez críticas aos deputados de partidos da base do governo Lula que assinaram o requerimento de urgência para o “PL da anistia”, protocolado nesta segunda-feira, 14.

Em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, 15, Lindbergh afirmou que o governo deve cobrar os parlamentares em questão, responsáveis por mais da metade (56%) do apoio ao pedido de tramitação urgente.

Julgamento

O ministro André Mendonça, do STF, votou pela retirada de Alexandre de Moraes do julgamento sobre a tentativa de golpe em 2022. Segundo ele, Moraes é parte interessada, por ter sido alvo da suposta trama. A decisão veio após recurso da defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro e réu no caso. Mendonça, no entanto, rejeitou pedidos contra outros ministros e o procurador-geral. Até agora, cinco ministros votaram contra o afastamento de Moraes. O julgamento ocorre no plenário virtual e termina nesta terça (15). Martins é acusado de organização criminosa e tentativa de golpe.

Na ponta do lápis

O governo Lula estuda recalcular o limite de gastos do Judiciário após decisão do STF que excluiu despesas com receitas próprias do arcabouço fiscal. A medida pode reduzir o impacto fiscal da decisão, que afeta cerca de R$ 3,2 bilhões no Orçamento de 2025. Técnicos defendem a revisão da base de cálculo desde 2023, para evitar dupla contagem. A decisão do STF, unânime, atendeu pedido da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e foi relatada por Alexandre de Moraes. A implementação da medida ainda está em discussão no governo.

Atualização

Seis dias após o Conselho de Ética votar por sua cassação, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) segue em greve de fome no plenário da Câmara. Ele protesta contra o que chama de decisão arbitrária, após ser condenado por agredir um militante do MBL. Segundo sua mulher, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), ele já perdeu quatro quilos, mas segue resistente. Aliados atribuem a cassação a retaliação política por sua atuação contra o orçamento secreto. Ministros do governo Lula o visitaram e estudam saídas legais e políticas. A defesa também cogita recorrer ao STF.

Eleições 2026

O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) evitou confirmar se planeja ser vice em uma eventual chapa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível, em 2026. Questionado sobre a possibilidade, afirmou que os cargos de vice-presidente ou senador “honrariam qualquer brasileiro”. Em entrevista ao comunicador alagoano Ildo Rafael, Lira disse que o momento é de “trabalho, conversa e definições” e defendeu a união de forças políticas em prol do desenvolvimento de Alagoas. “2026 a gente vai discutir com muita tranquilidade com nosso grupo político”, concluiu.

Corporativo

Produção da Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) publicou nesta terça-feira uma queda de 4,5% na sua produção de minério de ferro no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2024, em meio a um impacto de chuvas no Sistema Norte, enquanto as vendas cresceram com o uso de estoques.

Uma das principais produtoras de minério de ferro do mundo, a Vale produziu 67,7 milhões de toneladas da commodity entre janeiro e março, conforme o plano de produção da companhia, informou a mineradora em seu relatório de produção.

(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

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