Professora é investigada por envolvimento com quadrilha que extorquia empresários no Vale do Sinos

Uma professora da rede estadual de ensino que reside em Novo Hamburgo está entre os alvos da sexta fase da Operação Timeo, desencadeada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (16) contra uma organização criminosa responsável por extorquir empresários do Vale do Sinos.

Polícia Civil deflagrou a sexta fase da Operação Timeo, que tem como alvo uma organização criminosa responsável por extorsões | abc+



Polícia Civil deflagrou a sexta fase da Operação Timeo, que tem como alvo uma organização criminosa responsável por extorsões

Foto: isaías Rheinheimer/GES-Especial

Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, a investigada movimentou mais de R$ 5 milhões em sua conta bancária — valor considerado totalmente incompatível com suas declarações de Imposto de Renda e com sua remuneração como servidora pública estadual.

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As movimentações financeiras atípicas chamaram a atenção dos investigadores, que identificaram que a professora recebia valores oriundos das extorsões promovidas pela quadrilha. Conforme a investigação, ela era responsável por “esquentar” o dinheiro, ou seja, recebia os repasses dos criminosos, dava aparência lícita aos valores e, posteriormente, os transferia a outros envolvidos no esquema.

A mulher foi alvo de mandado de busca e apreensão em seu apartamento no bairro Ideal, em Novo Hamburgo. Até o momento, não há confirmação se ela estava no local no momento da operação e se foram encontrados dinheiro, joias ou outros bens de valor no local.

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Além da busca, a Justiça também autorizou o sequestro de valores das contas bancárias da investigada, totalizando quantia próxima aos R$ 5 milhões identificados nas quebras bancárias autorizadas judicialmente. Segundo o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior, titular da Draco de São Leopoldo, a medida tem o objetivo de interromper o fluxo financeiro do grupo criminoso e preservar recursos para eventual ressarcimento.

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“Essa pessoa está sendo investigada em virtude dos valores recebidos em sua conta bancária, em seu CPF, oriundos da primeira fase do nosso trabalho de repressão à extorsão. Ela teve uma movimentação de mais de R$ 5 milhões, que é totalmente incompatível com as declarações de renda dela, e isso foi comprovado através das quebras bancárias autorizadas pelo Poder Judiciário”, pontua.

Por isso, ainda conforme o delegado, no dia de hoje, essa professora está sofrendo um bloqueio proporcional, que foi decretado pelo Poder Judiciário, “e também uma busca e apreensão em sua residência, a fim de buscar valores tangíveis de futuro sequestro”, explica.

A investigação não identificou qualquer relação familiar entre a professora e os principais nomes da quadrilha. Segundo a Polícia, ela mantinha apenas relação financeira com os líderes do esquema.

A sexta fase da Operação Timeo teve como foco a descapitalização do grupo criminoso, que já vinha sendo investigado desde 2021. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em seis cidades: Novo Hamburgo (5), Portão (2), São Leopoldo (1), Cachoeirinha (1), Porto Alegre (1) e Imbé (1). Também foram bloqueados valores que ultrapassam R$ 13,3 milhões em contas bancárias de outros investigados, além da apreensão de criptoativos avaliados em R$ 260 mil.

Até as 9 horas, duas pessoas foram presas. Um homem foi preso no bairro Arroio da Manteiga, em São Leopoldo, com munições, e outro alvo foi capturado durante o cumprimento de mandados de busca no bairro Canudos, em Novo Hamburgo.

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