Projeto K’Anjos do Bem busca ajuda para adquirir veículo e melhorar atendimentos

De pouquinho em pouquinho, com ajuda de muitas mãos e empregando amor em cada detalhe, um projeto vem se consolidando e tentando ampliar seu trabalho no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo.

Criado há cinco anos e executado na Ocupação Redemix, o projeto K’Anjos do Bem se reestruturou e ainda busca superar as perdas da enchente, mas já sonha com uma nova conquista para possibilitar mais conforto a seus atendidos: um veículo maior.

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Ampliação

Idealizadora do projeto, que iniciou servindo sopa para crianças em vulnerabilidade, Andréa Ramos dos Santos montou uma cozinha na garagem de sua casa para oferecer refeições a mais famílias. A iniciativa cresceu e atividades, como aulas de balé e capoeira, começaram a ser introduzidas às crianças.

Antes da enchente de maio passado, Andréa chegou a ganhar materiais para construir uma sede do projeto em um galpão da comunidade, mas por problemas de saúde não conseguiu dar andamento à obra. Após todo o território da ocupação ser atingido pelas cheias – levando tudo da casa de Andréa e inúmeros materiais do projeto –, voluntários de Santa Catarina ajudaram na limpeza dos espaços. “O material já estava pago na madeireira, então o pessoal me ajudou e fez a primeira parte da sede”, comenta.

Pouco depois, uma instituição leopoldense doou fogão industrial, forno e conseguiu auxílio de recursos da Alemanha para que a estrutura fosse ampliada. “A gente aumentou, fez o contrapiso, compramos a pia industrial e a geladeira”, acrescentou Andréa, mostrando a colorida sede, mas reconhecendo que ela ainda carece de melhor estrutura, como forro e madeiras nos vãos das paredes – por onde passam chuva e vento.

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Serviço de convivência

Há alguns meses, o projeto se tornou cozinha social, sendo uma das iniciativas cadastradas na Prefeitura de São Leopoldo e que recebe ajuda mensal para servir refeições. Além disso, virou Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, tendo o Instituto Lenon Joel Pela Paz como âncora e atendendo 26 crianças, de terça a quinta-feira, no contraturno escolar.

No local, os educandos, todos da comunidade, fazem atividades, brincam na pracinha – montada também com ajuda de doações –, comem lanche e almoçam. Tudo feito por Andréa e a amiga, Angelita Antunes dos Santos, vizinha da comunidade. Com o auxílio do Instituto, que tem nutricionista e indica um cardápio diário, as amigas recebem os alimentos necessários para fazer o almoço dos pequenos. Um assistente social também acompanha as famílias atendidas.

“Eu adoro desenhar, fazer moda de vestidos”, contou a pequena Isadora da Silva de Oliveira, 9 anos, enquanto almoçava no local, sobre uma das atividades que mais gosta no projeto e que podem virar profissão. “Ela desenha bem e quer ser estilista”, disse Angelita.

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Doações seguem sendo bem-vindas

Fora o trabalho com os pequenos, o K’Anjos também serve janta, às terças e quartas-feiras, para famílias carentes da ocupação. No total, cerca de 500 refeições são entregues por semana na ação.

Por tudo isso, o projeto se tornou referência na comunidade. “Já são 5 anos. A gente criou essa confiança, temos esse vínculo aqui dentro, de liderança, de ajudar a comunidade sempre que eles precisam de alguma coisa”, destacou Andréa.

Apesar de reestruturado, por conta das inúmeras perdas com a inundação, alguns itens ainda faltam para facilitar o andamento do projeto, como ventilador e até mesmo um escorredor de massa. A verba do município é fundamental, mas só é disponível para a compra de alimentos. Com isso, os gastos com gasolina para buscar doações, compra de utensílios, touquinhas, entre outros, é bancada pelas próprias amigas e com a ajuda de outras pessoas e entidades. Entre as necessidades, frutas, verduras e carnes, que são alimentos perecíveis, estão entre as doações aceitas.

“Compensa só de ver a alegria das crianças”

É visando melhorar as ações oferecidas aos pequenos que Andréa e Angelita agora buscam ajuda para um novo sonho: conseguir um veículo maior, como uma Kombi, a fim de levar as crianças para passeios e atividades externas.

“Quando eu quero levar eles para algum passeio, tem que ser no carro do meu esposo, que a gente usa para trabalhar”, relata Andréa, que monta bancas de lanches e bebidas em eventos. “Eu quero a Kombi, porque aí eu posso levar eles com mais espaço e conforto. Por exemplo, no Festival de Páscoa (que ocorreu nas pirâmides do Largo Rui Porto), levei 14 crianças por minha conta, tive que fazer várias viagens”, continua. “É ruim, mas compensa só de ver a alegria das crianças em estarem lá, brincando, de ganharem uma balinha do coelhinho, de assistir um teatro, porque muitas vezes eles não tem essa oportunidade”, ponderou Andréa.

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Como ajudar

Para tanto, uma vaquinha on-line foi criada, com o objetivo de adquirir o veículo e colocar nele o logo do projeto. “A Kombi também vai servir para quando ganharmos doações, podermos buscar”, lembrou Andréa.

Para contribuir, interessados podem acessar www.vakinha.com.br/5439953. Ainda é possível ajudar via Pix, pelas chaves [email protected] ou (51) 99544-5920, que também é o telefone de Andréa, para aqueles que desejam contatá-la e auxiliar com outras doações ou saber mais informações.

 

 

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