Rodoviários mantém paralisação do transporte coletivo em Manaus pelo segundo dia; mais de 300 mil pessoas são afetadas


A reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores em ônibus de algumas empresas. greve causa transtorno para a população
Lucas Macedo/g1 Amazonas
Rodoviários que atuam no transporte público mantiveram pelo segundo dia a paralisação de 30% da frota de ônibus que circula em Manaus nesta quarta-feira (16). Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), mais de 300 mil usuários estão sendo afetados diretamente.
A iniciativa foi do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus, após uma decisão judicial autorizar o movimento grevista dos trabalhadores do transporte público.
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Ao g1, usuários que estavam no Terminal 3, localizado na Zona Norte de Manaus, reclamaram que neste segundo dia os Ônibus demoraram mais do que no primeiro dia de greve e houve tumulto para entrar nos coletivos.
“Ontem foi difícil e hoje está sendo pior, tá demorando mais ainda. Se a gente for esperar por esses homens, tá difícil” explicou Francisco Silva, usuário que estava aguardando no terminal
A reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores em ônibus de algumas empresas.
“Tentamos entrar em acordo para a permanência dos nossos colegas que são trabalhadores, que precisam do seu trabalho para sustentar sua família. E aí tem o nosso reajuste salarial, os empresários vão lucrar mais com a gente fazendo duas funções e recebendo uma”, relatou Ednilson da Costa, um dos motoristas que aderiu ao movimento grevista.
Segundo a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11), 70% da frota tem que circular nos horários de pico das 6h às 9h e das 17h às 20h.
Já para os demais horários a circulação tem que ser no mínimo de 50% dos ônibus, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora de descumprimento.
A Justiça também proibiu qualquer bloqueio nas garagens das empresas ou qualquer ação que impeça o livre funcionamento do serviço público essencial, devendo eventuais manifestações ocorrer a no mínimo 150 metros das entradas dos estabelecimentos, sob a mesma penalidade.
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Sem acordo
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira, afirmou que a paralisação de 30% da frota realizada nesta terça-feira (15) continuará, mas classificou como um “aquecimento”, destacando que a greve oficial da categoria começará nesta quarta-feira.
Segundo Givancir, não houve avanço nas negociações durante a reunião realizada na tarde desta terça-feira com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e a Prefeitura de Manaus.
“Na verdade, foi só um aquecimento. Não houve greve ainda. Vai haver greve a partir de amanhã, porque nesse exato momento, nem o Sinetram, nem a Prefeitura deram nem um sinal para os trabalhadores”, afirmou Givancir.
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