Chegou ao limite? Goldman rebaixa Oncoclínicas (ONCO3) após ação saltar 134% no ano

Oncoclínicas (Divulgação)

Com valorização acumulada de mais de 134% no ano até a véspera e sendo negociada a 14,4 vezes o Preço/Lucro projetado para 2025 e 9,2 vezes para 2026, o Goldman Sachs passou a ver um potencial de alta mais limitado para as ações da Oncoclínicas (ONCO3).

Diante disso, o banco americano rebaixou a recomendação do papel de compra para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 5,50 para R$ 5,00 — o que representa um potencial de queda de 10,7% em relação ao último fechamento, de R$ 5,60, registrado na quarta-feira (16). Às 11h11 (horário de Brasília), a ação caía 2,73%, a R$ 5,34.

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Embora veja com bons olhos os sinais recentes de mudança estratégica da companhia, com maior foco na racionalização do capital de giro, o banco ainda enxerga desafios para uma geração robusta de fluxo de caixa em 2025.

Segundo analistas, essa geração dependerá fortemente da continuidade na otimização de recebíveis (por exemplo, redução da exposição a pagadores com prazos mais longos), cujo ritmo ainda é incerto.

Nesse contexto, o Goldman disse preferir espera por maior visibilidade sobre a velocidade de execução do plano de desalavancagem da companhia, o que justifica sua postura mais cautelosa no momento.

Desempenho negativo

Por outro lado, o banco comenta que desde que adicionou a Oncoclínicas à sua lista de compra em setembro de 2021, a ação acumulou queda de 63,8%, enquanto o Ibovespa subiu 13,8%. “Esse desempenho inferior ao da nossa recomendação se deveu à materialização de uma geração de caixa mais fraca do que o esperado e a um cenário macroeconômico adverso — que afeta ONCO3 mais intensamente, dada sua alta sensibilidade (beta elevado)”, destaca o banco, em relatório.

Estimativa reduzida

O Goldman Sachs reduziu a estimativa de lucro líquido de 2025 (após minoritários) em 20%, para R$ 247 milhões, refletindo principalmente a revisão na taxa básica de juros, que impacta as despesas financeiras em meio a um nível ainda elevado de alavancagem (dívida líquida/EBITDA ajustado de 3,0 vezes em 2025, segundo metodologia do banco) e baixa visibilidade quanto ao potencial de geração de fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE) neste ano.

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No entato, o banco manteve a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2025, mas com uma composição diferente: embora esteja mais cauteloso em relação aos volumes, dado o posicionamento mais seletivo da empresa nas negociações com clientes, eles acreditam que as margens podem se beneficiar das recentes medidas de reestruturação da equipe.

O Goldman ainda prevê um FCFE modesto de R$ 133 milhões no ano (yield de 3,5%), ainda assim altamente dependente do ritmo de melhora na gestão de recebíveis.

Com relação ao ticket médio, analistas lembram que o reajuste médio de preços da CMED para medicamentos costuma ser utilizado como proxy para os reajustes de preços dos contratos da Oncoclínicas com clientes. Assim, eles acreditam que o índice médio de 3,8% para 2025 pode limitar o aumento dos tickets neste ano, representando um número inferior ao de anos anteriores.

Por outro lado, o Goldman espera que isso seja atenuado por um mix mais saudável, com a empresa aumentando a exposição a clientes com tickets maiores, enquanto reduz a exposição a clientes com prazos de pagamento mais longos.

O banco prevê que essa tendência seja mais evidente no 1T25, com volumes crescendo apenas 1% na comparação anual contra 6% no 4T24. No entanto, à medida que a empresa conclui esse processo de racionalização da base de clientes existente e implementa o acordo comercial recentemente anunciado com a Hapvida (HAPV3), o banco vê espaço para uma retomada gradual nos volumes ao longo do ano.

No geral, analistas projetam crescimento de 12,1% na receita líquida em 2025, desacelerando em relação aos 13,5% registrados em 2024.

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