Tarifaço Trump: Saiba como fica o mercado de ações e fusões diante da guerra comercial entre EUA e China

O cenário atual nos Estados Unidos, marcado por incertezas geopolíticas, tensões comerciais e juros ainda elevados, tem impactado diretamente o mercado de ações e o ambiente de fusões e aquisições (M&A). Na última terça (15), a Casa Branca divulgou um documento em que informa que a tarifa sobre produtos chineses chegará a 245%.

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Foto: Fotos Públicas

A guerra comercial declarada entre os EUA e a China afeta também o mercado brasileiro. É o que explica ao ABCmais Marcio Baptista, acionista corporativo da Buchanan Ingersoll & Rooney PC no escritório de Nova York (EUA).

“A volatilidade nos mercados acionários reflete a cautela dos investidores, especialmente diante de possíveis novas tarifas, mudanças nas políticas econômicas e sinais de desaceleração em setores-chave. Ainda assim, empresas com fundamentos sólidos, especialmente nos setores de tecnologia, saúde e energia, continuam atraindo interesse. No segmento de M&A, observa-se uma maior seletividade, com transações mais estratégicas e voltadas para ganhos de eficiência, inovação e posicionamento global. Operações alavancadas, que dependem fortemente de crédito, tendem a diminuir em volume, em razão do custo elevado do financiamento”, avalia Baptista.

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Ainda segundo o especialista, que tem experiência em transações transfronteiriças, fusões e aquisições, operações de private equity, contratos transnacionais e joint ventures, o ambiente de incerteza acaba afetando os negócios no Brasil. Isso porque o nosso País tem uma economia fortemente integrada ao fluxo global de capitais.

“Ele sente os reflexos da menor liquidez internacional e do maior apetite por risco em economias desenvolvidas”, diz Marcio, que também destaca o lado positivo lado da situação.

“Por outro lado, o país também se beneficia do movimento de diversificação de cadeias de suprimento e realocação de investimentos produtivos fora da Ásia — o chamado nearshoring e friendshoring. Além disso, com ativos relativamente descontados e setores como infraestrutura, energia e agronegócio com forte potencial, o Brasil segue atraente para investidores estratégicos e fundos com foco em médio e longo prazos. A chave para o mercado brasileiro será demonstrar estabilidade institucional e previsibilidade regulatória para manter esse interesse”, afirma.

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