Com dívida de R$ 528 milhões, St Marche pede recuperação extrajudicial

O Grupo St Marche, dono dos supermercados St Marche e Empório Santa Maria, entrou com um pedido de recuperação extrajudicial, na última quarta-feira (16/4), com o objetivo de reestruturar uma dívida que chega a R$ 528 milhões.

A companhia pretende negociar com os credores e evitar processos judiciais.

Entre os principais credores do grupo, estão a Eco Securitizadora (R$ 224 milhões), o Banco do Brasil (R$ 27,9 milhões), o Santander (R$ 24,2 milhões) e a Via Invest (R$ 13,9 milhões).

Como será o plano de reestruturação

A estratégia do St Marche é obter um financiamento de R$ 127,5 milhões, diminuindo a participação do controlador do grupo, o fundo norte-americano L Catterton (que hoje detém 65% da empresa).

Um terço desse possível empréstimo deve ficar a cargo do fundo dos EUA, que perderá sua posição de acionista majoritário.

O novo financiamento teria um prazo de vencimento de 9 meses, com possibilidade de prorrogação por mais 90 dias caso a empresa não seja vendida até lá.

Como garantia, o St Marche daria ações da holding STM e da Hortus, que controla o supermercado.

Em janeiro deste ano, a companhia registrou um faturamento bruto de R$ 94 milhões – dos quais R$ 60 milhões já estavam comprometidos com garantias.

A empresa ficou com caixa negativo em R$ 10 milhões após o pagamento de R$ 103 milhões em outros compromissos.

Lojas do St Marche

Atualmente, o grupo possui 31 lojas em São Paulo (SP) e na Grande São Paulo.

A primeira unidade do St Marche foi inaugurada no bairro do Morumbi, zona sul da capital paulista, no começo dos anos 2000.

Recuperação extrajudicial

A recuperação extrajudicial é um procedimento legal que permite a uma empresa renegociar suas dívidas com credores sem a necessidade de um processo judicial.

Trata-se, em linhas gerais, de uma alternativa para empresas que passam por dificuldades financeiras, mas ainda têm viabilidade para reestruturar suas obrigações.

Recuperação judicial

Já a recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários, com o intermédio do Poder Judiciário.

Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.

Ao fim e ao cabo, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência de uma empresa.

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