Governo adia problema fiscal: “conveniência política” avalia analista

A decisão do governo brasileiro de excluir os precatórios do orçamento até 2026 gerou preocupações entre analistas, incluindo Miguel Daoud. Com a medida autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o governo obteve o respaldo legal necessário, mas deixou dúvidas sobre o impacto de longo prazo. Segundo Daoud, a escolha reflete “uma postura de conveniência política”, e não um compromisso real com a responsabilidade fiscal.

Contradição do governo

Daoud ressaltou a incoerência do governo atual, que antes criticava duramente essa estratégia, chamando-a de “herança maldita” de gestões anteriores. Agora, o mesmo governo adota a prática que antes condenava. “O discurso da responsabilidade virou apenas uma conveniência política. Eles estão apenas empurrando essa bomba para o próximo presidente”, afirmou Daoud.

Medidas do governo e os impacto político

Para o analista, a decisão de postergar o problema fiscal prejudica a confiança de investidores e cria um cenário de instabilidade econômica. “É como se o governo dissesse: ‘deixe que o próximo resolva’. Mas o custo dessa estratégia será alto, tanto política quanto economicamente”, destacou. Ele acrescentou que essa abordagem não oferece as condições necessárias para a realização de investimentos estratégicos e sustentáveis.

O mercado financeiro e o governo

Daoud também mencionou que, mesmo com o mercado financeiro indicando caminhos mais seguros e equilibrados para a recuperação, o governo opta por ignorar esses sinais. “O mercado financeiro mostra qual seria o caminho, mas a reação do governo compromete o que ainda resta de sucesso na nossa economia”, explicou.

Reflexos no agronegócio e outros setores

O analista chamou atenção para o impacto que essa falta de compromisso fiscal tem em setores essenciais como a agropecuária. “A agropecuária brasileira é forte, mas vive em um país onde não há compromisso fiscal. Isso dificulta o investimento em infraestrutura e afeta a segurança jurídica”, avaliou.

A crítica ao modelo de gestão pública

Por fim, Daoud criticou a forma como o governo, o Legislativo e até o Judiciário têm lidado com a gestão econômica do país. “Infelizmente, a gestão do Brasil é baseada mais em conveniências políticas do que no interesse coletivo. É um modelo que não prioriza o país, mas sim as necessidades dos seus entes”, declarou o analista.

O alerta de Daoud

Miguel Daoud deixou um alerta claro: o Brasil precisa superar essa lógica de adiamento e enfrentar os problemas fiscais de frente. “Sem um compromisso verdadeiro com o ajuste fiscal, estaremos perpetuando um ciclo de instabilidade econômica. Essa não é uma questão apenas de política, mas de sobrevivência econômica”, concluiu.

Assista na íntegra:

Leia mais notícias e análises clicando aqui

O post Governo adia problema fiscal: “conveniência política” avalia analista apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.