Reputação: base para enfrentar crises

As transformações digitais — como a inteligência artificial, a manipulação de dados e as redes sociais — moldam o cotidiano em todas as suas dimensões.

Mudamos a forma de nos relacionar, de consumir e de trabalhar. E isso traz novos e cada vez maiores desafios, também, para a gestão da reputação de empresas e lideranças.

Em tempos tão acelerados, uma imagem construída em décadas pode se esvair nos segundos de um story ou nos poucos caracteres de um tweet. Em minutos, esses conteúdos são logo compartilhados no WhatsApp, escalando uma crise que pode crescer de forma exponencial.

Como lidar com essa realidade? E como nos preparamos para outros que virão? Antes de olhar para o futuro, precisamos mirar em nosso próprio passado. O histórico de uma marca é o que sustenta nossas fortalezas e garante credibilidade para suas iniciativas presentes e posteriores.

Gerir a reputação, nesse sentido, não se resume a evitar crises, mas construir uma base sólida que permita enfrentá-las com maior robustez quando surgirem. Afinal, o impacto de uma turbulência será proporcional à solidez do que foi construído com o tempo.

E empresas e líderes com histórico de transparência, valores claros e relações autênticas com seus públicos terão o que chamamos de “colchão de boa vontade” — que pode minimizar danos e facilitar a reconstrução de confiança junto à opinião pública.

Construir e preservar a reputação, assim, é um esforço de disciplina, coerência e uma comunicação clara e recorrente. É resultado de um trabalho de gestão consistente e profissional, somado a uma cultura empresarial bem definida e disseminada entre todos os envolvidos, de público interno e fornecedores a clientes e sociedade.

Mas antes de contar sua história, é preciso fazê-la. Ela não é fruto de um único momento, mas o resultado do conjunto de percepções construídas ao longo do tempo, que sejam coerentes entre quem somos, o que comunicamos e como somos percebidos.

Por isso, a importância de um trabalho profissional para estruturar a narrativa, projetar as estratégias e se posicionar. Não há espaço vazio: alguém está ocupando algo que poderia ser seu.  Tenha certeza de que o custo desse qualificado cuidado será infinitamente menor quando comparado a uma crise de imagem, que irá incidir em recursos jurídicos, administrativos, dispêndios financeiros e cicatrizes permanentes sentidas de tempos em tempos.

E se não fiz isso tudo até agora, vale a pena começar? Claro! Trata-se de uma atitude. É como quando decidimos parar de fumar: com apenas alguns dias, você já sente os efeitos positivos, que vão se tornando cada vez maiores ao longo do tempo. Não há fórmula mágica. É trabalho, recorrência e essência.

Comece a mudança independentemente do passado – e contrate uma empresa especializada da sua confiança. E acredite: um dia você terá uma crise. O futuro que você ou sua empresa pretende exige agir no presente em favor da sua reputação. É esse acúmulo que trará perenidade à sua marca e lhe permitirá enfrentar os desafios com coragem e segurança.

Soraia Hanna é sócia-diretora executiva da Critério — Resultado em Opinião Pública.

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