Em brincadeira, papa Francisco quis “adotar” bebê brasiliense; entenda

“O povo brasileiro é muito alegre, me encanta. Muito obrigado por ter vindo”, disse o papa a Francisco Paraíso. Em 30 de janeiro de 2019, o advogado foi ao Vaticano com a esposa, Nathália Fogaça Paraíso, e a primogênita, Laura, à época com meses de vida. A família brasiliense esteve presente em uma audiência com o sumo pontífice, realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Em entrevista à coluna Claudia Meireles, Francisco conta detalhes do encontro com o papa Francisco, que morreu, aos 88 anos, na madrugada desta segunda-feira (21/4). O líder da Igreja Católica não resistiu a um acidente vascular cerebral (AVC), coma e colapso cardiocirculatório. O anúncio do falecimento do religioso foi feito pelo cardeal Kevin Farrell. O santo padre estava no posto desde 2013.

Devoto de Nossa Senhora de Fátima, Francisco recorda que ele e a esposa se organizaram para estarem presentes no Vaticano na data da audiência. “Foi um encontro com o papa Francisco e vários fiéis. Acredito que havia aproximadamente 150 pessoas”, detalha. O advogado ressalta que o sumo pontífice “abriu as portas da Igreja para todos, ao realizar as audiências de forma recorrente, mensalmente, desde o começo do papado.”

Bênção

O brasiliense compartilha que o papa protagonizou “uma belíssima cerimônia” e, ao final, passou por um corredor para ir embora. Ao acenar para os fiéis presentes, o religioso viu Francisco Paraíso com Laura no colo e caminhou rumo à família. “Ele veio em minha direção com aquele sorriso doce que sempre carregava. Parou na minha frente e pedi a sua bênção”, rememora.

Na conversa, o advogado brincou com o papa sobre a rixa futebolística entre Brasil e Argentina, terra natal do clérigo. “Ele disse que, apesar do Messi ser o melhor do mundo, o Brasil continuava soberano”, destaca. O brasiliense confidenciou ao sumo pontífice “amar a Argentina e os argentinos”. “Falei que ele era exatamente o que a Igreja Católica precisava”, recorda.

“Adotar” a bebê

No bate-papo, o papa Francisco abençoou o escapulário (objeto símbolo da religião cristã católica) trazido pelo advogado no pescoço. Também fez o sinal da cruz na testa do brasiliense. No entanto, o religioso não resistiu à fofura da bebê Laura e, inclusive, pediu para segurá-la, para a alegria e honra da família Fogaça-Paraíso. À coluna, Francisco relembra tintim por tintim do momento inesquecível.

“O papa Francisco perguntou se poderia pegá-la [Laura] no colo. Eu respondi que sim. Ele pegou-a, abençoou mais uma vez e deu um carinhoso beijo na testa dela. Em seguida, comentou: ‘Ela é muito calma. Posso levá-la comigo?’. Eu sorri e questionei: ‘Onde o senhor está indo?’. Ele respondeu: ‘Para o aeroporto, vou viajar’. Eu ri e disse: ‘Pode levá-la junto comigo’”, relata Francisco Paraíso.

Com a resposta, Francisco Paraíso conseguiu tirar uma gargalhada do papa, que devolveu Laura ao pai. Na hora de entregar a bebê, o líder da Igreja Católica declarou ao advogado: “Vocês serão muito felizes”. Após a conversa descontraída, o sumo pontífice se virou, continuou andando pelo corredor e não parou para falar com outros fiéis, conforme menciona minuciosamente o brasiliense.

“Eu jamais esquecerei do papa Francisco, da calma que ele me transmitiu, da doçura, leveza, alegria e tranquilidade que ele transbordava em todos os seus olhares, sorrisos, gestos e palavras. Foi incrível! Só de estar em uma cerimônia com ele, já estava me sentindo afortunado. Quando ele nos escolheu e falou conosco, nos abençoando, naquele instante, consegui sentir a grandeza do momento, a grande bênção de Deus que eu estava recebendo”, cita o brasiliense.

Sentimentos

Ao término do bate-papo com o sumo pontífice, Francisco recorda ter ficado “completamente arrepiado, alegre e sentindo uma leveza muito grande”. “Quando me virei, todas as pessoas que estavam ao meu redor ficaram simplesmente incrédulas, sorridentes e chorando muito, tudo ao mesmo tempo. Elas passaram a colocar a mão no meu ombro e dando graças a Deus pelo o que ocorreu ali”, salienta.

“Todas as pessoas ficaram muito felizes sobretudo por causa da minha filha”, revive o pai de Laura.

Para o devoto de Nossa Senhora de Fátima, o mundo “perde muito sem” o religioso. “Dificilmente teremos um papa tão sensacional como ele”, pontua. “Sempre achei o papa Francisco um homem diferente, o maior dos papas, uma pessoa muito acima da média, não apenas como sumo representante da Igreja, mas como um real enviado de Deus, com um plano divino para abrir as portas da Igreja”, conclui.

Na avaliação do pai de Laura, Júlia e Isabela, o papa Francisco deixa um legado significativo ao ser um “exemplo carnal de acolhimento, amor, esperança, sabedoria, jovialidade e que guiava os fiéis em momentos tão difíceis”. “Uma pessoa doce e acessível, a paz que ele passava, a gentileza nos pequenos detalhes. Eu realmente nunca senti algo igual!”, finaliza.

Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.