Morte do papa Francisco gera curiosidade sobre “privilégio do branco”

A morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21/4) marcou o fim de um dos pontificados mais significativos. Líder supremo da Igreja Católica desde 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio ficou conhecido pela abordagem progressista e por promover um discurso de acolhimento e simplicidade.

Em meio ao luto global, um episódio recente envolvendo o pontífice voltou a ganhar destaque na web: a visita da rainha consorte Camilla, do Reino Unido, ao Vaticano no último dia 10, na qual ela estava toda de preto. A escolha do look está diretamente ligada a uma tradição centenária da Igreja Católica conhecida como il privilegio del bianco (“o privilégio do branco”, em português).

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Entenda quem poderia vestir branco na presença do papa Francisco

Na ocasião, Camilla chamou atenção ao comparecer ao encontro com o papa vestida inteiramente de preto — um contraste com o branco usado por outras monarcas europeias em situações semelhantes. Isso porque a família real britânica pertence à Igreja Anglicana, religião que se separou do catolicismo no século XVI. O rei Charles III, inclusive, é chefe da Igreja da Inglaterra.

Por essa razão, nem Camilla, nem outras integrantes da realeza britânica podem vestir branco em audiências com o papa, o que explica a sobriedade do figurino adotado pela atual rainha na visita privada ao Vaticano.

E o que poucos sabem é que, de acordo com uma regra protocolar, apenas rainhas e princesas católicas têm a permissão de vestir branco na presença do Santo Padre. A exclusividade tem base simbólica e religiosa, representando pureza, devoção e um vínculo direto com a fé católica.

Atualmente, apenas sete mulheres no mundo detêm esse privilégio:

• Rainha Mathilde, da Bélgica;
• Rainha Letícia, da Espanha;
• Grã-duquesa Maria Teresa, de Luxemburgo;
• Princesa Charlene, de Mônaco;
• Princesa Marina, da Itália;
• Rainha Sofia, da Espanha (mesmo com o rei emérito fora do poder);
• Rainha Paola, da Bélgica (na mesma situação)

Com a morte de Francisco, a igreja entrou em um período de luto e transição. Ao mesmo tempo, tradições como o “privilégio do branco” ganham nova visibilidade, evidenciando como os códigos visuais e religiosos seguem tendo forte influência sobre cerimônias e relações diplomáticas.