América Latina perde rotas e turismo por falta de voos

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O documento propõe estratégias para fortalecer a conectividade (Unsplash/Patrick Tomasso)

O Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e do Caribe (ACI-LAC) publicou, nesta terça-feira (22), um estudo que analisa o estado da liberalização do transporte aéreo na região, elaborado pela consultoria NACO. O documento propõe estratégias para fortalecer a conectividade, ampliar a competitividade e fomentar o desenvolvimento econômico por meio da atuação dos aeroportos.

A análise mostra que a conectividade aérea na América Latina e no Caribe é 42% menor em comparação a mercados mais liberalizados, como Europa e ASEAN. Segundo o relatório, essa limitação compromete a atratividade de rotas e o crescimento de serviços aéreos, principalmente nos aeroportos regionais e secundários.

“O transporte aéreo é um instrumento de integração e desenvolvimento. Liberalizar o setor é essencial para ampliar a presença da região em um mercado global cada vez mais competitivo”, afirmou Rafael Echevarne, diretor-geral da ACI-LAC.

Entre os exemplos de sucesso apresentados no estudo estão o Mercado Único Europeu e o acordo de céus abertos entre Austrália e Nova Zelândia. De acordo com a análise, a remoção de restrições ao tráfego aéreo pode reduzir custos de viagem, aumentar a frequência de voos e estimular novas rotas.

A pesquisa aponta que os acordos bilaterais ainda vigentes na América Latina impõem barreiras significativas, como processos regulatórios complexos e restrições a direitos de tráfego. Isso limita o desenvolvimento do setor e impede o pleno aproveitamento do potencial econômico dos aeroportos.

“Os aeroportos têm capacidade de liderar mudanças nas políticas públicas voltadas à conectividade regional. Para isso, é preciso um ambiente regulatório transparente e colaborativo”, disse Marcelo L. García, chefe de Política de Aviação da NACO.

Entre as recomendações estratégicas do relatório estão o reforço da cooperação entre governos, aeroportos e companhias aéreas; a simplificação dos trâmites regulatórios; e a priorização de investimentos em aeroportos regionais. O objetivo é criar um ecossistema favorável à atração de novos voos e ao fortalecimento da aviação comercial.

O estudo está disponível na íntegra no site da ACI-LAC.

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