Bolsonaro apresenta melhora clínica, mas permanece na UTI sem previsão de alta

Internado há nove dias na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua apresentando melhora no quadro clínico, segundo boletim médico divulgado nesta terça-feira (22).

Ele passou por uma cirurgia no abdômen no dia 13 de abril para desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal — a sétima relacionada à facada que sofreu em 2018. Apesar de seguir em jejum e sendo alimentado por sonda, Bolsonaro permanece politicamente ativo.

De acordo com aliados, ele tem participado diretamente das articulações para ajustar o texto do projeto de lei que prevê anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O presidente do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que “a palavra final será dele”, mesmo que precise ser consultado por WhatsApp. Essa atuação ocorre em meio à recomendação médica de restrição total a visitas e à ausência de previsão de alta da UTI.

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O boletim médico informa que Bolsonaro apresenta “sinais efetivos de movimentação intestinal” e que a equipe médica ampliou as sessões de fisioterapia motora e demais medidas de reabilitação. Na segunda-feira (21), o hospital informou que os drenos abdominais foram retirados e que os curativos estão em “excelente aspecto”.

Recuperação e influência política

Bolsonaro foi hospitalizado inicialmente em Natal (RN), após sentir dores abdominais durante um evento com apoiadores em Tangará. No dia seguinte, foi transferido para Brasília, onde passou pela cirurgia.

Durante o período de recuperação, ele tem mantido interlocução com parlamentares do PL e líderes da oposição. A avaliação dentro da legenda é de que, mesmo afastado fisicamente, Bolsonaro continua sendo o principal nome da direita para as eleições de 2026 — embora atualmente esteja inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A movimentação ocorre enquanto a Câmara dos Deputados analisa se dará urgência à tramitação do projeto de anistia. A proposta enfrenta resistência do governo federal e do STF, mas conta com o apoio de parlamentares ligados ao bolsonarismo.

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