Em carta ao Japão, China pede ação conjunta contra tarifaço de Trump

Principal alvo da guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a China espera trabalhar em parceria com outros países da Ásia para responder às tarifas comerciais anunciadas pela Casa Branca.


O que aconteceu

  • Nesta terça-feira (22/4), segundo informações da agência japonesa de notícias Kyodo, o governo chinês enviou uma carta ao primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, pedindo uma “ação coordenada” entre os dois países em resposta aos EUA.
  • O documento, que teria teria sido enviado por meio da embaixada chinesa no Japão, fala em “combater juntos o protecionismo” norte-americano.
  • Até o momento, os ministérios das Relações Exteriores de China e Japão não se manifestaram oficialmente sobre o assunto.
  • O Japão é um dos países que já abriu negociações com o governo Trump para aliviar as tarifas comerciais.
  • Nas últimas semanas, o próprio presidente dos EUA citou publicamente o país e se disse otimista em relação a um eventual acordo com os japoneses.

O que diz a China

Nessa segunda-feira (21/4), Pequim afirmou que deve retaliar países que firmarem acordos comerciais com os EUA que venham a prejudicar os interesses chineses.

“A China respeita todas as partes que buscam resolver diferenças econômicas e comerciais com os EUA por meio de consultas em pé de igualdade, mas se oporá firmemente a qualquer parte que tente fechar um acordo em detrimento da China”, informou o Ministério do Comércio chinês.

“Pequim tomará contramedidas de forma resoluta e recíproca se qualquer país buscar esse tipo de acordo. Os EUA abusaram das tarifas com todos os parceiros comerciais sob a bandeira da chamada ‘equivalência’, ao mesmo tempo em que forçaram todas as partes a iniciar negociações de ‘tarifas recíprocas’ com eles”, completou o regime de Pequim.

Tarifaço sobre a China

Na semana passada, a Casa Branca divulgou documento que fala em tarifas de até 245% sobre os produtos importados da China, em função das “ações retaliatórias” de Pequim.

Inicialmente, a informação não estava acompanhada por uma explicação sobre a eventual nova tarifa nem por dados a respeito do cálculo usado pelos EUA para definir a taxa.

Diante da confusão gerada pelo anúncio, a Casa Branca atualizou o texto horas depois, explicando como chegou aos 245% de tarifas sobre produtos chineses. Segundo o governo dos EUA, a taxa será aplicada sobre produtos específicos.

“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%”, informou a Casa Branca.

Até então, ao menos publicamente, as tarifas aplicadas pelos EUA sobre a China eram de 145%. Em resposta, o governo chinês anunciou taxas retaliatórias de 125% sobre os produtos norte-americanos.

No documento publicado no site da Casa Branca, o governo norte-americano faz um balanço sobre as principais medidas tomadas por Trump na economia desde que assumiu o mandato, em janeiro deste ano.

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