Galípolo diz que país está perto do pleno emprego e defende postura anticíclica do BC

Gabriel Galípolo, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (22) que o Brasil está próximo do pleno emprego, com a taxa de desocupação registrada em 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro. A menor taxa da série histórica foi alcançada em novembro de 2024, quando chegou a 6,1%.

Galípolo participou de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em comparecimento regular para discutir política monetária e outros temas relacionados à autoridade monetária.

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Presidente do BC ainda afirmou que o cenário internacional tem sido o vetor principal da determinação dos preços na dinâmica do mercado, citando incertezas em relação à política econômica nos Estados Unidos

Dinamismo econômico e crescimento do PIB

Segundo Galípolo, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tem crescido acima de 3% ao ano nos últimos quatro anos, impulsionado por ganhos de produtividade na agricultura e pela forte recuperação do mercado de trabalho, que, por sua vez, estimulou os setores de serviços e indústria.

Ele destacou que, em março, as vendas de veículos novos atingiram o maior nível em cinco anos, enquanto, em fevereiro, o nível de utilização da capacidade instalada da construção civil foi o mais alto em dez anos. O volume de serviços e de comércio também está próximo do maior patamar da série histórica.

Galípolo afirmou que o dinamismo da economia está disseminado e não restrito a um setor específico. Além disso, ele destacou que o Brasil registrou a queda mais rápida do nível de desocupação já observada.

De acordo com o presidente do BC, a renda disponível das famílias aumentou 22% entre dezembro de 2021 e dezembro de 2024 — a maior alta em três anos da série histórica. Ele também mencionou que o crédito bancário representa quase 55% do PIB, um dos maiores percentuais da história recente.

Papel anticíclico do BC

Diante desse cenário de crescimento robusto e mercado aquecido, Galípolo defendeu o papel anticíclico do Banco Central.

Ele explicou que, em momentos de aquecimento econômico, a autoridade monetária precisa “refrear um pouco a economia” para evitar que a inflação saia do controle.

Segundo ele, cabe ao BC atuar como uma força de estabilidade, mesmo que isso implique tomar decisões impopulares.

“Quando a festa está ficando muito aquecida e o pessoal está subindo em cima da mesa, tira a bebida da festa. Mas também, quando o pessoal está querendo ir embora, você fala: ‘fica, está chegando mais bebida, fiquem tranquilos’”, comparou Galípolo.

Para ele, o desafio atual é evitar que o aquecimento excessivo da economia se transforme em uma espiral inflacionária.

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