Ibovespa fecha em alta impulsionado por cenário externo e setor de construção; MRV lidera ganhos

O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira com valorização de 0,63%, aos 130.464 pontos, refletindo o bom humor dos mercados internacionais e a recuperação de ações ligadas à construção civil e ao consumo. O volume financeiro negociado foi de R$ 18 bilhões, levemente acima da média dos últimos pregões.

O otimismo predominou mesmo após uma abertura negativa, com o índice revertendo a tendência ao longo do dia. Segundo o analista CNPI Leandro Martins, que participou do programa Closing, da BM&C News, o movimento demonstra força do mercado brasileiro. “O Ibovespa tomou um ‘not’, bateu e voltou. Sabe aquele boneco que cai e volta? Foi isso. Os investidores locais aproveitaram o susto e voltaram a comprar Brasil”, afirmou.

Principais destaques do dia

MRV (MRVE3) lidera os ganhos

As ações da MRV dispararam mais de 10% após semanas de desempenho lateral, beneficiadas pela perspectiva de queda futura da Selic e recuperação do setor de construção. Leandro Martins destacou:

“MRV, que estava defasada, acorda fortemente. O setor de construção já antecipa a expectativa de corte nos juros.”

Outras construtoras também se destacaram:

• Direcional (DIRR3): em forte tendência de alta.
• Cirela (CIEL3): rompeu congestão e confirmou canal de alta.
• JHSF (JHSF3): continua valorizando.

GPA (PCAR3) e CIA (SEAB3) entre os destaques de varejo

O papel do GPA subiu 6,4%, acumulando ganho superior a 29% no mês. Já CIA SEAB, citada por Martins como uma de suas favoritas no varejo, segue em um “canal de alta espetacular”, segundo o analista.

“SEAB tem bons fundamentos e uma recuperação técnica muito bonita. É uma das ações que mais me agradam nesse momento.”

Embraer (EMBR3) e Petrobras (PETR4) em correção

A Embraer recuou 3,45%, encerrando um ciclo de valorização forte após as tensões recentes com a Boeing. Já Petrobras oscilou ao longo do dia em meio à repercussão de um acidente em plataforma offshore. Mesmo assim, Martins acredita no potencial do papel:

“Se romper os R$ 32, Petro pode ir rápido até R$ 36, como fez no mês passado.”

Dólar e cenário macroeconômico

O dólar comercial recuou 1,3%, fechando em R$ 5,73, acompanhando a valorização de moedas emergentes. No cenário doméstico, o Boletim Focus trouxe revisão para baixo da inflação e ligeira alta na expectativa de crescimento do PIB.

Leandro reforça:

“O dólar também fez um movimento de susto e retorno. Subiu, mas já voltou para o patamar anterior ao estresse com as tarifas do Trump.”

Perspectivas para o mercado

O Ibovespa retoma fôlego após correções recentes e volta ao patamar acima dos 130 mil pontos. Segundo Leandro Martins, o cenário se torna cada vez mais atrativo para investidores:

“A poeira do Trump começa a baixar, os investidores estão antecipando o ciclo de queda da Selic e o Brasil volta ao radar.”

Outras ações citadas por Leandro Martins

• SLC Agrícola (SLCE3): destaque em agro devido ao potencial com as tensões EUA-China.
• Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3): com bandeiras de alta técnica e bons fundamentos.
• Localiza (RENT3): forte canal de alta no médio e longo prazo.
• Camil (CAML3): repique técnico, mas ainda sem reversão confirmada.
• Aura 33 (AURA33): canal de alta, mas com sinal de exaustão.

Conclusão

O fechamento de hoje reforça a resiliência do mercado brasileiro diante de incertezas externas e abre espaço para uma possível nova perna de alta, especialmente em setores ligados ao consumo e à construção. A expectativa de redução da Selic nos próximos meses segue como um importante catalisador.

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