No STF, defesa de Silvinei Vasques nega bloqueios da PRF nas eleições

Os advogados do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques afirmaram que o cliente sofre perseguição por parte da Polícia Federal (PF), após o indiciamento que embasou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. A análise do caso teve início nesta terça-feira (22/4) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Após a primeira pausa do julgamento, os advogados falaram com a imprensa e alegaram que não houve bloqueios por parte da PRF a eleitores no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A defesa destacou que Silvinei estaria sendo “perseguido por todo mundo” dentro da PF.

“A denúncia se apoia numa regra eleitoral que proíbe propaganda na TV 48 horas antes da eleição. Com a criação dessas falsas denúncias de bloqueios, transformaram o candidato da esquerda em vítima, o que teria sensibilizado os eleitores mais humildes”, afirmou o advogado Eduardo Pedro Nostrani Simão.

Ele também criticou o uso do artigo 359-P do Código Penal — que criminaliza a violência política — na denúncia. “Qualquer estudante de direito entende que não há crime nesse caso. Mas usaram esse dispositivo para justificar o pedido de prisão preventiva de Silvinei. Isso é perseguição. Se houvesse algum crime, seria de prevaricação, que é tratado no juizado especial criminal e nem leva à prisão”, disse.

Silvinei cumpre medidas cautelares e, segundo a PGR, teria coordenado ações da PRF que teriam dado suporte a uma tentativa de golpe de Estado. O ex-diretor da corporação, que reside em Santa Catarina, cogitou ir a Brasília para acompanhar o julgamento, mas desistiu para evitar exposição.

Já o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, esteve presente no STF, após receber autorização do ministro Alexandre de Moraes.

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